Quem tem defunto ladrão, não fala em roubo de vivo.
Admoesta contra a hipocrisia: quem tem culpa (ou historial problemático) não deve acusar outros por faltas semelhantes.
Versão neutra
Não vás acusar outros de roubo quando há membros da tua família que já roubaram.
Faqs
- Significa que nunca devemos criticar ninguém se houver defeitos na nossa família?
Não necessariamente. O provérbio aponta a hipocrisia de criticar quando se tem responsabilidades ou falhas semelhantes, mas não impede avaliações ou denúncias baseadas em factos. - É um provérbio ofensivo?
Pode ser percebido como acusatório se usado directamente contra alguém; o seu efeito depende do contexto e da intenção — pode servir tanto para corrigir como para silenciar. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Em conversas informais para sublinhar incoerência moral ou hipocrisia. Deve evitar‑se em contextos formais, judiciais ou quando é necessária a denúncia de um crime.
Notas de uso
- Usa-se para calar ou repelir críticas de alguém que tem um passado, família ou reputação manchada por comportamentos semelhantes.
- Geralmente usado em registo informal e em conversas familiares ou de comunidade; pode soar acusatório ou irónico.
- Não deve servir para impedir denúncias legítimas de crime ou para silenciar vítimas; é mais um comentário sobre coerência moral do crítico do que uma regra legal.
Exemplos
- Quando o vizinho começou a queixar‑se do barulho do filho dos Santos, ela respondeu: "Quem tem defunto ladrão, não fala em roubo de vivo" — referindo‑se ao historial familiar do vizinho.
- O chefe tentou criticar a equipa por falta de pontualidade, mas alguém recordou o seu próprio passado de atrasos: "Quem tem defunto ladrão, não fala em roubo de vivo".
Variações Sinónimos
- Quem tem defunto ladrão não diga mal do vivo.
- Quem tem telhado de vidro não atire pedras.
- Não faças acusações quando a tua própria casa não está limpa.
Relacionados
- Quem tem telhado de vidro não atire pedras ao do vizinho.
- Casa de ferreiro, espeto de pau.
- Antes de julgares, põe as tuas mãos limpas.
Contrapontos
- Não é desculpa para encobrir crimes: ter um passado ou familiares problemáticos não impede a obrigação cívica de denunciar delitos.
- Pode ser usado de forma demolidora ou ad hominem para desviar discussões legítimas sobre comportamento público ou políticas.
- Nem sempre a existência de falhas passadas anula a validade de uma crítica; convém avaliar argumentos separadamente.
Equivalentes
- inglês
Those who live in glass houses shouldn't throw stones. - espanhol
El que tiene tejado de vidrio no tire piedras al del vecino. - francês
Qui vit dans une maison de verre ne jette pas de pierres aux autres. - alemão
Wer im Glashaus sitzt, sollte nicht mit Steinen werfen.