Deus não dá asa a cobra.
Não se deve esperar que algo mude radicalmente a sua natureza; não se pode exigir o impossível nem esperar transformações miraculosas.
Versão neutra
Não se pode esperar que algo mude a sua natureza; não peça o impossível.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que não devemos esperar que alguém ou algo mude radicalmente a sua natureza ou capacidade; alerta contra expectativas irreais e pedidos de milagres. - É apropriado usar este provérbio em contexto formal?
Normalmente não; é coloquial e pode soar julgador. Em contextos formais, prefira expressões neutras como “não é razoável esperar tal mudança”. - O provérbio tem conotação religiosa?
A referência a “Deus” confere-lhe uma tonalidade religiosa, mas o uso é cultural e metafórico; muitos empregam a frase sem intenção estritamente religiosa. - Há situações em que este provérbio não se aplica?
Sim. Em casos de reabilitação, formação intensiva ou mudança social sustentada, transformações reais ocorrem — por isso o provérbio não deve ser usado como argumento absoluto.
Notas de uso
- Registo: coloquial; usado em conversas informais e em linguagem quotidiana.
- Sentido: alerta contra expectativas irrealistas sobre pessoas ou coisas.
- Tom: pode soar fatalista ou julgador; usar com cuidado para não culpar vítimas ou justificar falta de apoio.
- Contextos típicos: relações pessoais, trabalho (quando se espera que alguém mude hábitos), análise de capacidades e limites de projetos ou organizações.
Exemplos
- O chefe já tentou várias formações, mas com aquele comportamento não se pode esperar milagres — Deus não dá asa a cobra; talvez seja melhor trocar de equipa.
- Querer que uma empresa sem dinheiro se torne líder do mercado em meses é irrealista. Deus não dá asa a cobra: é preciso tempo e condições.
Variações Sinónimos
- Não se pode pôr asas a uma cobra
- Não se dá asas a quem não tem pés (variação coloquial)
- Não se faz seda de pele de porco (equivalente pela ideia de impossibilidade)
Relacionados
- Não se pode pedir peras ao olmo (não esperar aquilo que não é possível)
- Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita (mais fatalista)
- Não se pode ensinar um cão velho novos truques (ênfase na dificuldade da mudança)
Contrapontos
- Mudar de comportamento ou condição é possível: educação, terapias, formação e intervenção social podem produzir transformações reais.
- Aplicar o provérbio sem reflexão pode conduzir ao fatalismo, à estigmatização e à desresponsabilização social.
- Em alguns casos, o apoio adequado e condições favoráveis alteram o que parecia impossível — o provérbio não cabe sempre como argumento definitivo.
Equivalentes
- Inglês
You can't make a silk purse out of a sow's ear / You can't teach an old dog new tricks - Espanhol
No se le pueden poner alas a una serpiente (equivalente coloquial) / No se pueden pedir peras al olmo (semelhante) - Francês
On ne fait pas d'une âne un cheval de course (variação equivalente)