Do mau corvo, mau ovo.
Indica que características, condutas ou qualidades negativas tendem a reproduzir‑se na descendência ou no que delas resulta.
Versão neutra
Coisas ou comportamentos de má origem tendem a produzir resultados negativos.
Faqs
- O provérbio significa que alguém está sempre destinado a ser mau se os pais forem maus?
Não. O provérbio expressa uma tendência observada socialmente ou culturalmente, mas não implica destino inevitável. Existem muitos casos em que pessoas superam ambientes desfavoráveis. - É ofensivo usar este provérbio sobre pessoas reais?
Pode ser, se usado para rotular ou condenar alguém sem considerar contexto e evidência. Recomenda‑se cautela e evitar generalizações pejorativas. - Quando é adequado usar este provérbio?
Em observações gerais sobre padrões transmitidos por família, cultura ou práticas institucionais, e quando se pretende alertar para efeitos previsíveis. Deve ser acompanhado de nuance e, se possível, de exemplos e exceções.
Notas de uso
- Usado para justificar ou explicar semelhanças de comportamento, caráter ou resultados entre gerações ou entre causa e efeito.
- Tem tom generalizador e pode ser pejorativo; evita‑se como argumento definitivo sobre indivíduos — trata‑se de uma observação empírica, não de uma lei.
- A aplicação pode referir família, ambiente social, cultura de uma organização ou qualidade de matéria‑prima/produção.
- Em contextos formais, preferir formulações menos deterministas ou acrescentar exceções para não estigmatizar.
Exemplos
- Quando toda a equipa ignora procedimentos de segurança, os acidentes multiplicam‑se — do mau corvo, mau ovo: a cultura gera consequências.
- Ele cresceu numa família com práticas corruptas, e isso explicou parte das suas escolhas; porém há quem rompa esse padrão — o provérbio serve de advertência, não de destino inevitável.
- A fábrica usa matéria‑prima de má qualidade; não admira que o produto final apresente defeitos — do mau corvo, mau ovo.
Variações Sinónimos
- Tal pai, tal filho.
- Árvore má não dá bons frutos.
- De tal palo, tal astilla (variação hispânica).
- Quem semeia vento, colhe tempestade (relacionado por causa‑efeito).
Relacionados
- Hereditariedade e ambiente (nature vs. nurture).
- Estigmatização social e determinismo cultural.
- Provérbios sobre causas e consequências.
Contrapontos
- Nem sempre o descendente repete os erros ou vícios dos progenitores; há muitas exceções.
- Responsabilizar‑se pela mudança é possível: educação, apoio e decisão pessoal podem alterar padrões.
- Usar o provérbio para justificar preconceitos é incorreto; não substitui evidência nem contexto.
Equivalentes
- inglês
Like father, like son. - inglês
From a bad crow comes a bad egg (literal/idiomático). - espanhol
De tal palo, tal astilla. - francês
Tel père, tel fils. - alemão
Wie der Vater, so der Sohn.