Quem detém autoridade ou poder costuma ver os seus defeitos e vícios tornarem‑se públicos; o exercício do poder expõe comportamentos que, em privado, poderiam permanecer ocultos.
Versão neutra
Quem tem poder vê os seus vícios tornarem‑se públicos.
Faqs
Quando é apropriado usar este provérbio? É apropriado quando se discute como o exercício público do poder traz à luz comportamentos e falhas que no privado poderiam permanecer ocultos, por exemplo em críticas a governantes, dirigentes ou figuras públicas.
Este provérbio tem origem histórica conhecida? Não há fonte histórica claramente identificada para esta formulação; trata‑se de uma máxima tradicional que usa a imagem do cetro (símbolo de autoridade) para expressar uma observação sobre poder e visibilidade.
Pode ser visto como ofensivo ou anacrónico por referir 'cetro'? A referência ao cetro é metafórica. Em contextos contemporâneos pode soar arcaica, mas não é necessariamente ofensiva; convém adaptá‑la ou explicar‑a se o interlocutor desconhecer a metáfora.
Significa que todo o poderoso é necessariamente culpado? Não. O provérbio afirma que o poder tende a tornar os vícios visíveis, não que todas as acusações sejam verdadeiras. Deve‑se distinguir entre escrutínio legítimo e difamação.
Notas de uso
Refere‑se geralmente a reis, governantes ou figuras públicas, mas aplica‑se metaforicamente a cargos de liderança em geral.
Usa‑se para justificar maior vigilância e escrutínio sobre quem ocupa posições de responsabilidade.
Não deve ser usado para justificar difamação: implica que o poder torna visíveis falhas, não que toda acusação seja verdadeira.
Tomar o provérbio ao pé da letra (apenas para monarquia) é desatualizado; hoje tende a ser aplicado a qualquer autoridade pública.
Exemplos
Depois das várias polémicas expostas pela imprensa, percebeu‑se bem a ideia do provérbio: em pessoa de cetro não há vício secreto.
Num conselho de administração tão exposto à opinião pública, os abusos acabaram por vir ao de cima — a máxima aplica‑se a cargos de direção.
Variações Sinónimos
Quem tem o cetro não tem vício secreto.
Ao que tem poder, não lhe escapam os vícios.
Quem governa vê os seus pecados à vista de todos.
Relacionados
À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta.
O poder corrompe (frase associada a Lord Acton).
Quem muito se expõe, muito se vê.
Contrapontos
Em boca fechada não entra mosca — o silêncio protege segredos.
O silêncio é ouro — às vezes a discrição mantém o privado inviolável.
Equivalentes
en A literal translation: 'In the person of the scepter there is no secret vice.' (Meaning: power exposes vices.)
es Traducción literal: 'En persona de cetro no hay vicio secreto.' (Quien ostenta el poder ve sus vicios descubiertos.)