Entra, amigo, que a casa é sua, mas, se for para comprar fiado, é melhor ficar na rua.
Expressa hospitalidade condicional: a pessoa é bem‑vinda, mas o anfitrião recusa ser explorado ou conceder crédito/fiado.
Versão neutra
És bem‑vindo à minha casa, mas se pretendes levar algo fiado, é melhor não entrares.
Faqs
- Qual é o sentido deste provérbio?
Significa oferecer hospitalidade, mas impor limites: aceita‑se a presença da pessoa, não a exploração financeira nem pedidos de crédito. - É ofensivo dizer isto a alguém?
Depende do tom e da relação. Entre amigos pode ser jocoso; num contexto formal ou com desconhecidos pode parecer rude ou pouco solidário. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer receber alguém, mas também estabelecer um limite claro contra pedidos recorrentes de fiado ou aproveitamento. - Há variações mais amáveis?
Sim — por exemplo: «És bem‑vindo, mas por favor paga o que consumires.» Essa formulação mantém o limite com menor ironia.
Notas de uso
- Tom frequentemente humorístico ou irónico; serve para pôr limites enquanto se mantém a aparência de cordialidade.
- Usa‑se quando se quer receber alguém mas deixar claro que não se tolera abuso ou pedidos de crédito.
- Pode soar seco ou pouco acolhedor se usado sem relação próxima; adequado entre conhecidos ou em contexto de brincadeira.
- Funciona como advertência social — estabelece fronteiras económicas dentro da hospitalidade.
Exemplos
- Quando o vizinho passou a pedir sandes todas as tardes sem pagar, o proprietário disse com humor: «Entra, amigo, que a casa é tua, mas, se for para comprar fiado, é melhor ficar na rua.»
- No café, perante clientes habituais a pedir fiado, a dona avisou: «Podem entrar, amigos, somos simpáticos, mas o fiado já não é possível.»
- Ao discutir limites com um familiar que abusava da sua disponibilidade, ela lembrou‑lhe: «És sempre bem‑vindo, mas não posso continuar a pagar por tudo.» — versão prática do provérbio.
Variações Sinónimos
- Casa aberta, mas não dou fiado.
- Entre, mas sem levar nada a crédito.
- Bem‑vindo, desde que não peças favores nem fiado.
- A minha casa é tua — só não é banco.
Relacionados
- Quem não tem paga à vista e quem não pode que chore em casa (variações sobre responsabilidade financeira).
- Não se vive só de pão (subtexto sobre equilíbrio entre dar e pedir).
- Não abuses da hospitalidade (admoestação geral).
Contrapontos
- A hospitalidade deve ser incondicional — ajudar quem precisa sem olhar a contas.
- Em situações de necessidade real, negar fiado pode ser insensível; maior generosidade é preferível.
- Algumas culturas valorizam dar sem esperar retribuição; este provérbio põe o lucro/conta acima do acolhimento.
Equivalentes
- Inglês
You're welcome to my home, but if you're looking for credit, you'd better stay outside. - Espanhol
Entra, amigo, mi casa es tuya, pero si vas a pedir fiado, mejor quédate en la calle. - Francês
Entre, ami, ma maison est la vôtre, mais si c'est pour acheter à crédit, mieux vaut rester dehors. - Alemão
Komm rein, Freund, mein Haus ist dein Haus – aber wenn du auf Rechnung kaufen willst, bleib besser draußen.