Entra, amigo, que a casa é tua, mas se for para comprar fiado...
Entra, amigo, que a casa é sua, mas, se for para comprar fiado, é melhor ficar na rua.
Expressa hospitalidade condicional: a pessoa é bem‑vinda, mas o anfitrião recusa ser explorado ou conceder crédito/fiado.
Versão neutra
És bem‑vindo à minha casa, mas se pretendes levar algo fiado, é melhor não entrares.
Faqs
Qual é o sentido deste provérbio? Significa oferecer hospitalidade, mas impor limites: aceita‑se a presença da pessoa, não a exploração financeira nem pedidos de crédito.
É ofensivo dizer isto a alguém? Depende do tom e da relação. Entre amigos pode ser jocoso; num contexto formal ou com desconhecidos pode parecer rude ou pouco solidário.
Quando é apropriado usar este provérbio? Quando se quer receber alguém, mas também estabelecer um limite claro contra pedidos recorrentes de fiado ou aproveitamento.
Há variações mais amáveis? Sim — por exemplo: «És bem‑vindo, mas por favor paga o que consumires.» Essa formulação mantém o limite com menor ironia.
Notas de uso
Tom frequentemente humorístico ou irónico; serve para pôr limites enquanto se mantém a aparência de cordialidade.
Usa‑se quando se quer receber alguém mas deixar claro que não se tolera abuso ou pedidos de crédito.
Pode soar seco ou pouco acolhedor se usado sem relação próxima; adequado entre conhecidos ou em contexto de brincadeira.
Funciona como advertência social — estabelece fronteiras económicas dentro da hospitalidade.
Exemplos
Quando o vizinho passou a pedir sandes todas as tardes sem pagar, o proprietário disse com humor: «Entra, amigo, que a casa é tua, mas, se for para comprar fiado, é melhor ficar na rua.»
No café, perante clientes habituais a pedir fiado, a dona avisou: «Podem entrar, amigos, somos simpáticos, mas o fiado já não é possível.»
Ao discutir limites com um familiar que abusava da sua disponibilidade, ela lembrou‑lhe: «És sempre bem‑vindo, mas não posso continuar a pagar por tudo.» — versão prática do provérbio.
Variações Sinónimos
Casa aberta, mas não dou fiado.
Entre, mas sem levar nada a crédito.
Bem‑vindo, desde que não peças favores nem fiado.
A minha casa é tua — só não é banco.
Relacionados
Quem não tem paga à vista e quem não pode que chore em casa (variações sobre responsabilidade financeira).
Não se vive só de pão (subtexto sobre equilíbrio entre dar e pedir).
Não abuses da hospitalidade (admoestação geral).
Contrapontos
A hospitalidade deve ser incondicional — ajudar quem precisa sem olhar a contas.
Em situações de necessidade real, negar fiado pode ser insensível; maior generosidade é preferível.
Algumas culturas valorizam dar sem esperar retribuição; este provérbio põe o lucro/conta acima do acolhimento.
Equivalentes
Inglês You're welcome to my home, but if you're looking for credit, you'd better stay outside.
Espanhol Entra, amigo, mi casa es tuya, pero si vas a pedir fiado, mejor quédate en la calle.
Francês Entre, ami, ma maison est la vôtre, mais si c'est pour acheter à crédit, mieux vaut rester dehors.
Alemão Komm rein, Freund, mein Haus ist dein Haus – aber wenn du auf Rechnung kaufen willst, bleib besser draußen.