Garrafa que levou querosene não perde o cheiro jamais.

Garrafa que levou querosene não perde o cheiro ja ... Garrafa que levou querosene não perde o cheiro jamais.

Algo ou alguém marcado por uma experiência, acto ou hábito tende a manter vestígios dessa marca, física ou reputacional.

Versão neutra

Algo que foi contaminado ou marcado tende a manter vestígios dessa marca.

Faqs

  • Significa que ninguém pode mudar?
    Não necessariamente. O provérbio sublinha a persistência de vestígios ou reputações, mas não exclui a possibilidade de mudança com esforço, tempo e meios apropriados.
  • Aplica-se mais a objectos ou a pessoas?
    Aplica-se a ambos: literal para objectos que retêm cheiros/manchas; figurado para hábitos, actos passados e reputação de pessoas ou instituições.
  • É apropriado usá-lo ao falar de alguém com um passado difícil?
    É preciso cautela: pode ser percebido como estigmatizante. Use-o apenas se for adequado ao contexto e reconhecendo a possibilidade de transformação.

Notas de uso

  • Usa-se para referir traços difíceis de eliminar: cheiros, hábitos, reputação ou consequências de actos passados.
  • Tem um tom cauteloso e, por vezes, pessimista — implica permanência da marca; pode ser aplicado de forma literal (objectos) ou figurada (pessoas).
  • Pode servir como advertência (evita-se determinada acção) ou como explicação para comportamento actual.
  • Evita-se usar de forma definitiva quando se quer reconhecer possibilidade de mudança ou reabilitação.

Exemplos

  • Quando lhe confiaram o negócio e ele falhou, os clientes ficaram desconfiados — garrafa que levou querosene não perde o cheiro jamais.
  • Aquela embalagem cheirava tão forte a combustível que, mesmo lavando, o cheiro persistiu; uma garrafa que levou querosene não perde o cheiro.

Variações Sinónimos

  • Garrafa que cheirou a querosene não perde o odor
  • O que foi marcado dificilmente se desfaz
  • O hábito entranha-se
  • Quem foi queimado tem medo do fogo

Relacionados

  • Quem foi queimado com leite tem medo até do frio
  • O hábito faz o monge
  • Quem faz cama, faz o caixão

Contrapontos

  • As pessoas e as situações podem mudar com esforço, tempo e apoio — não é necessariamente permanente.
  • Existem processos de limpeza, reabilitação e reconciliação que diminuem ou removem vestígios (ex.: formação, tratamento, boas práticas).
  • Generalizar a partir de um episódio pode ser injusto; avaliar caso a caso evita estigmas permanentes.

Equivalentes

  • inglês
    You can't teach an old dog new tricks / A leopard can't change its spots (variações com sentido próximo sobre dificuldade em mudar)
  • inglês (idiomático)
    Once bitten, twice shy (refere a cautela após experiência negativa)
  • espanhol
    Botella que olió a gasolina nunca pierde el olor (variante popular similar)
  • francês
    Une bouteille qui a contenu de l'essence garde l'odeur (tradução aproximada usada como imagem)
  • alemão
    Einmal geleckt, immer markiert (tradução interpretativa; expressões idiomáticas locais variam)

Provérbios