Judeu morreu meu pai, judeu quero morrer
Expressão popular que transmite imitação, resignação ou vontade de morrer em conjunto com alguém; historicamente usa «Judeu» como elemento de rima. Hoje é considerada ofensiva pelo seu conteúdo antissemita.
Versão neutra
Se o meu pai morreu, eu também quero morrer / Se todos partiram, também quero partir; ou, para ideia de imitação: "seguir a maioria" / "fazer o mesmo que os outros".
Faqs
- O que significa este provérbio?
Significa, em termos gerais, imitar ou declarar resignação/solidariedade fatalista perante a morte ou a acção dos outros. Em muitos casos funciona como rima popular mais do que como referência directa a um grupo. - Este provérbio é ofensivo?
Sim. A presença da palavra «Judeu» nessa construção torna-o ofensivo e antissemita no uso contemporâneo. Deve ser evitado fora de contextos académicos onde se critique explicitamente o seu carácter discriminatório. - Quando é aceitável citá‑lo?
Apenas em estudos históricos, linguísticos ou culturais, sempre com contextualização crítica e com atenção ao possível impacto em audiência sensível. - Que alternativas posso usar?
Use versões neutras que transmitam imitação ou resignação, como «seguir a maioria», «fazer o mesmo que os outros» ou frases literalizadas sem referência a grupos («Se o meu pai morreu, eu também vou»), conforme o contexto.
Notas de uso
- Registro: coloquial, popular; já referido em cantigas e rimas infantis/folclóricas em algumas regiões, embora com pouca documentação académica.
- O termo «Judeu» aqui funciona como elemento de rima e não descreve necessariamente uma condição religiosa ou étnica na intenção original, mas a formulação é, na prática, antissemita e inaceitável no uso contemporâneo.
- Recomendação: evitar a forma original em qualquer contexto quotidiano. Se necessário referir historicamente, contextualize e critique o seu carácter ofensivo.
- Uso aceitável: discussões históricas, estudos de linguagem e folclore, sempre com explicitação crítica do problema ético e do impacto discriminatório.
Exemplos
- Uso histórico/contextual (com crítica): O provérbio «Judeu morreu meu pai, judeu quero morrer» aparece em registos populares, mas hoje é citado apenas para mostrar traços de linguagem discriminatória.
- Forma neutra para uso corrente: Quando os colegas decidiram abandonar o projecto, ele disse: «Vou atrás deles», expressando a ideia de imitar a maioria sem usar termos ofensivos.
Variações Sinónimos
- Variações populares que trocam o termo por nomes próprios ou outras palavras para rimar (ex.: «João morreu, meu pai, João quero morrer»)
- Expressões sinónimas quanto ao sentido de imitação ou resignação: «seguir a maioria», «fazer o mesmo que os outros», «ir pelo mesmo caminho»
Relacionados
- Expressões sobre imitação: «ir pelo mesmo caminho», «seguir a corrente»
- Provérbios sobre morte/resignação (temática próxima): «Quem parte e reparte fica com a melhor parte» (temática de consequência social, não idêntica)
Contrapontos
- Tem conotação antissemita e deve ser considerado ofensivo em contextos modernos.
- Mesmo quando encontrado em documentos antigos, a citação deve ser acompanhada de análise crítica para não naturalizar o preconceito.
- A manutenção do uso reproduz estereótipos e desumanização; substituições neutras preservam a ideia sem ofender grupos.
Equivalentes
- inglês
"If my father died, I want to die too" (tradução literal); ideias equivalentes em sentido de imitação: "to follow suit"; "to do as others do". - espanhol
"Si mi padre murió, yo quiero morir también" (tradução literal); para imitação: "seguir la corriente".