Ladrão não furta ladrão.
Sugere que pessoas com os mesmos vícios, actividades ou interesses não se prejudicam entre si; usado também para minimizar a censura quando o alvo tem comportamentos semelhantes.
Versão neutra
Quem também é ladrão não rouba outro ladrão.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Indica que quem pratica o mesmo erro ou crime tende a não prejudicar alguém com o mesmo comportamento; serve também para relativizar críticas entre pares. - Posso usar este provérbio para justificar um crime?
Não. Embora o provérbio possa minimizar a censura social, não altera a ilegalidade ou a responsabilidade moral dos actos. - É um provérbio comum em Portugal?
Sim — é conhecido no léxico popular de Portugal, usado sobretudo em contextos coloquiais e comentadores sociais. - Há versões diferentes deste provérbio?
Sim. Em algumas regiões há variantes e provérbios próximos, como «Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão», com nuance diferente.
Notas de uso
- Frequentemente usado de forma irónica ou justificativa quando alguém com comportamento reprovável é alvo de crítica ou prejuízo.
- Tem conotação moral ambígua: pode ser usado para desculpar actos ilícitos, pelo que convém atenção ao contexto.
- Registo: coloquial; comum em conversas informais e recortes jornalísticos que relatam crimes ou corrupção.
- Não deve ser interpretado como isenção legal — o provérbio trata de perceções morais, não de direito.
Exemplos
- Quando se descobriu o esquema interno, muita gente disse «ladrão não furta ladrão» para explicar porque ninguém denunciava os colegas.
- Usou a expressão «ladrão não furta ladrão» de forma irónica, ao comentar que duas empresas corruptas continuavam a negociar entre si.
Variações Sinónimos
- Ladrão não furta a ladrão.
- O ladrão não rouba outro ladrão.
- Ladrão que rouba ladrão tem perdão (variação próxima e mais popular em algumas regiões).
Relacionados
- Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão (proverbio relacionado que relativiza o acto de roubar um ladrão).
- Cada panela tem a sua tampa (ligado à ideia de coisas semelhantes se agruparem).
Contrapontos
- Do ponto de vista legal, o facto de a vítima ser também criminosa não legitima nem anula um crime.
- Moralmente, usar o comportamento de outrem como desculpa para agir mal pode perpetuar injustiças.
- Generalizar a atitude de um grupo pode ocultar vítimas e processos individuais de responsabilização.
Equivalentes
- inglês
A thief doesn't steal from another thief. (equivalente direto, usado ocasionalmente) - espanhol
El ladrón no roba al ladrón. / Ladrón que roba a ladrón tiene perdón. (variações usadas no mundo hispânico) - francês
Un voleur ne vole pas un autre voleur. (tradução direta, pouco idiomática)