Maior ventura é obrar bem que deixar de fazer mal.
Valoriza a acção positiva e a prática do bem em vez da mera abstenção de fazer mal.
Versão neutra
É melhor fazer o bem do que simplesmente deixar de fazer o mal.
Faqs
- O que significa 'ventura' neste provérbio?
'Ventura' aqui tem o sentido clássico de sorte, bem‑estar ou vantagem moral; diz‑se que é mais vantajoso praticar o bem do que apenas não fazer o mal. - Posso usar este provérbio em contexto moderno?
Sim, mas a formulação soa um pouco arcaica. Para conversas correntes prefira: 'É melhor fazer o bem do que simplesmente não fazer o mal.' - Este provérbio tem origem religiosa?
Não há fonte directa comprovada, mas o sentido moral e a linguagem reflectem influências da ética cristã e de tradições morais antigas presentes na cultura portuguesa. - Quando é inadequado aplicá‑lo?
Quando a acção 'para fazer o bem' pode causar danos por ignorância ou falta de recursos; também não justifica violar limites legais ou a autonomia alheia.
Notas de uso
- Tom moral e pedagógico; frequentemente usado em contextos educativos, religiosos ou éticos.
- Registo algo arcaizante: a palavra 'ventura' e a construção são formais/antigas; em linguagem corrente costuma preferir-se uma formulação mais directa.
- Emprega-se para encorajar iniciativas altruístas ou para criticar uma postura passiva que se limita a não prejudicar.
- Não implica que abster‑se de fazer mal seja irrelevante, mas sublinha que isso é menos valioso do que promover activamente o bem.
Exemplos
- Num debate sobre voluntariado, Maria lembrou: 'Maior ventura é obrar bem que deixar de fazer mal' — por isso decidiu dedicar parte do fim de semana a ajudar no centro comunitário.
- O professor usou o provérbio para explicar aos alunos que não basta evitar prejudicar os colegas; é importante também actuar para os ajudar quando precisam.
Variações Sinónimos
- Mais vale fazer o bem do que apenas evitar fazer mal.
- Vale mais obrar bem do que simplesmente abster‑se de fazer o mal.
- Antes fazer o bem do que deixar de evitar o mal.
Relacionados
- Mais vale acender uma vela do que amaldiçoar a escuridão.
- Fazer o bem sem olhar a quem.
- Não basta não pecar; é preciso praticar a virtude.
Contrapontos
- Em algumas correntes éticas, evitar causar danos (não maleficência) é antes prioritária do que promover activamente o bem, por razões práticas ou de segurança.
- Actuar para 'fazer o bem' sem informação suficiente pode causar efeitos indesejados ou paternalismo; nem toda acção destinada ao bem resulta em bons efeitos.
- A exortação à acção pode ignorar limitações de recursos, responsabilidades ou competência pessoal — às vezes a abstenção é a escolha mais prudente.
Equivalentes
- Inglês
Better to do good than merely to abstain from doing evil. - Espanhol
Más vale obrar bien que limitarse a no hacer mal. - Francês
Il vaut mieux faire le bien que de se contenter de ne pas faire le mal. - Latim (versão aproximada)
Maior est fortuna bonum agere quam malum non facere.