Mais consegue o salteador que o honrado rogador.
Significa que, na prática, quem age com força, astúcia ou desonestidade tende por vezes a obter mais resultados do que quem pede com honestidade e humildade.
Versão neutra
Quem age com violência ou astúcia consegue muitas vezes mais do que quem pede de forma honesta.
Faqs
- Este provérbio justifica roubo ou violência?
Não. O provérbio descreve uma observação sobre resultados práticos, não é uma aprovação moral. Serve antes para criticar realidades injustas ou alertar contra passividade. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer comentar uma situação em que a esperteza, agressividade ou desonestidade parecem ter produzido vantagens diante da honestidade e humildade. - Tem origem histórica conhecida?
A origem é incerta; trata-se de um provérbio popular provavelmente vindo da tradição oral e transmitido ao longo do tempo. - Há alternativas mais positivas para expressar a ideia de iniciativa?
Sim. Provérbios como 'Quem não arrisca não petisca' ou 'A sorte favorece os audazes' transmitem a ideia de iniciativa sem implicar desonestidade.
Notas de uso
- Geralmente usado para comentar injustiças sociais ou resultados práticos onde a esperteza ou agressividade vencem a integridade.
- Pode funcionar como crítica social, observação pragmática ou advertência contra passividade excessiva.
- Não é uma aprovação moral do crime; descreve uma realidade percebida e pode ser usada para promover reflexão sobre mudanças de estratégia.
Exemplos
- Naquela negociação, o concorrente que pressionou e ultrapassou regras acabou por levar a maioria dos contratos — mais consegue o salteador que o honrado rogador.
- Quando se discute a distribuição dos recursos da empresa, nota-se que o mais agressivo recebe mais, um exemplo do provérbio: mais consegue o salteador que o honrado rogador.
- O professor explicou que o ditado critica uma realidade: não significa endossar o roubo, mas apontar que a passividade pode ser penalizadora.
Variações Sinónimos
- O ladrão fica com o que o pedinte não ousa pedir
- Quem toma à força alcança mais que quem pede com humildade
- Mais leva o salteador do que o humilde suplicante
- Quem não se impõe fica para trás
Relacionados
- Quem não chora não mama
- A sorte favorece os audazes (Fortuna audaces iuvat)
- O mundo pertence aos arrojados/espertos
- Quem não se atreve não petisca
Contrapontos
- Mais vale ser honrado e pobre do que enriquecer à custa da desonestidade.
- A longo prazo, reputação e confiança rendem mais do que ganhos obtidos por meios ilícitos.
- A integridade e a cooperação podem criar ganhos sustentáveis que compensam a justiça a curto prazo.
Equivalentes
- inglês
The robber often gets more than the honest beggar (literal) — roughly similar to 'Fortune favors the bold' in spirit. - espanhol
Más consigue el salteador que el honrado suplicante (tradução literal); también se aproxima a 'el mundo es de los vivos'. - francês
Le brigand obtient souvent plus que le pauvre honnête (tradução literal).