Mal de morte não tem jeito, e o que não é, se cura com água do pote
Aceitar o inevitável (o que é fatal não tem remédio) e tratar os problemas menores com soluções simples.
Versão neutra
O que é mortal não tem remédio; o que não é grave resolve-se com água do pote.
Faqs
- O provérbio significa que não devemos preocupar-nos com o inevitável?
Sim. A primeira parte aconselha resignação perante o que é inevitável; a segunda lembra que os problemas menos sérios têm soluções simples. - É apropriado usar este provérbio em qualquer situação?
Não. Pode ser insensível em situações de sofrimento sério ou quando ainda há opções de tratamento. Use-o com cuidado e contexto adequado. - De onde vem este provérbio?
É um provérbio popular de tradição oral; não há origem documentada clara. Circula em variantes na cultura lusófona e hispânica. - Que significado tem «água do pote» na expressão?
Simboliza um remédio simples, doméstico e imediato — algo caseiro e de pouca sofisticação que serve para resolver assuntos menores.
Notas de uso
- Provérbio popular, usado para aconselhar resignação perante algo irreversível.
- Enfatiza também que os problemas não graves se resolvem com meios modestos.
- Tom frequentemente conservador e prático — comum em contextos rurais e familiares.
- Pode ser usado para dissuadir preocupações excessivas sobre o inevitável.
Exemplos
- Quando lhes disseram que o problema era irreversível, o pai resumiu: «Mal de morte não tem jeito, e o que não é, se cura com água do pote» — não vale a pena gastar mais preocupações.
- Perdemos o carro, mas não passava de uma chapa amolgada; ela disse para nos acalmar: «Mal de morte não tem jeito, e o que não é, se cura com água do pote» e tratámos do assunto com calma.
Variações Sinónimos
- Não há remédio para a morte; o que não é, remedeia-se.
- O que é fatal não tem cura; o resto arranja-se com pouco.
- Se é para morrer, não há arranjo; se não é, resolve-se à mínima.
Relacionados
- Não há remédio para a morte
- Quem não tem cão, caça com gato
- Não chores o leite derramado (em sentido de não lamentar o inevitável)
Contrapontos
- Hoje em dia, avanços médicos tornam tratáveis doenças antes consideradas fatais — cuidado com excesso de fatalismo.
- Usar o provérbio para minimizar sofrimento alheio pode ser insensível; nem tudo o que parece 'não curável' deve ser aceitado sem procurar opções.
- Generalizar que «o que não é se cura com água do pote» pode levar a subestimar problemas que exigem intervenção adequada.
Equivalentes
- Inglês (tradução literal)
Evil of death has no remedy, and what is not (fatal) is cured with the pot's water. - Inglês (aproximação de sentido)
There is no cure for death; small troubles can be fixed with simple means (akin to 'don't cry over spilt milk'). - Espanhol (tradução aproximada)
A la muerte no hay quien la cure; lo que no es grave se arregla con agua del pote.