Mal haja o ventre que do pão comido se esquece

Mal haja o ventre que do pão comido se esquece.
 ... Mal haja o ventre que do pão comido se esquece.

Condena a ingratidão: quem esquece ou despreza quem o ajudou (ou o sustentou) merece infortúnio.

Versão neutra

Mal para quem se esquece do pão que comeu.

Faqs

  • O que significa este provérbio em poucas palavras?
    Critica a ingratidão: simbolicamente, o 'ventre' que esquece o 'pão' representa quem ignora quem o sustentou ou ajudou.
  • É ofensivo usar este provérbio?
    Pode ser recebido como censura severa. É moralizante e, em contextos sensíveis, é preferível optar por linguagem menos acusatória.
  • Quando é apropriado usar‑lo?
    Quando se pretende apontar ingratidão de forma contundente, em conversas informais ou literárias; evite em situações que exigem mediação ou reconciliação.
  • Tem origem religiosa ou literária conhecida?
    Não há autor ou origem documental claramente identificada; faz parte da tradição oral popular da língua portuguesa.

Notas de uso

  • Usado para censurar comportamentos ingratos, especialmente quando alguém esquece favores ou apoio recebidos.
  • Registo: popular e algo arcaico. Expressão moralizante; pode soar severa ou julgadora em contextos formais.
  • Tom: de reprovação. Evite usar para desejar mal literal — a ideia é moral/condicional, não um apelo à violência.
  • Aplicável a relações pessoais, familiares, profissionais e políticas em que se espera reconhecimento pelo auxílio recebido.

Exemplos

  • Depois de tantos anos a pagar os estudos do sobrinho, ficou indignada ao vê‑lo recusar ajuda e dizer mal da família: «Mal haja o ventre que do pão comido se esquece.»
  • Quando um eleitor esquece os favores anteriores de um político assim que muda de opinião, muitos comentam com este provérbio para criticar a ingratidão.
  • A empresa investiu na formação do trabalhador, e este abandonou‑os sem agradecer; os colegas murmuraram o provérbio para sublinhar a falta de reconhecimento.

Variações Sinónimos

  • Mal para quem esquece o pão que comeu.
  • Bem recebido e depois esquecido traz maldição (variação popular).
  • Não se esquece de quem lhe deu de comer (formas afirmativas usadas em contraste).

Relacionados

  • Não bites a mão que te dá de comer (forma mais curta usada em português coloquial)
  • A gratidão é a memória do coração (contraste moralizante)
  • Quem dá o que tem, não dá o que não tem (sobre reciprocidade)

Contrapontos

  • Esquecer um favor pontual não implica má‑fé; a proverbiação pode ser demasiado dura quando a ingratidão resulta de circunstâncias.
  • Promover empatia: em vez de desejar mal, é preferível tentar compreender porque foi esquecido um auxílio.
  • Nem toda a ingratidão é intencional; usar o provérbio como acusação imediata pode não ser justo.

Equivalentes

  • inglês
    Bite the hand that feeds you (literal) — expressão equivalente sobre ingratidão.
  • espanhol
    Mal haya el vientre que del pan comido se olvida. (Variação direta em espanhol popular)
  • francês
    Malheur au ventre qui oublie le pain qu'il a mangé. (tradução literal e pouco usada)
  • italiano
    Guai al ventre che dimentica il pane mangiato. (tradução literal usada como provérbio popular)