Maria que d'alto fia o fuso lhe cai
Adverte contra a presunção e a excesso de confiança: quem se mostra demasiado altivo ou displicente arrisca a queda ou a perda.
Versão neutra
Quem age com excesso de confiança arrisca a queda.
Faqs
- O que significa este provérbio?
Significa que a presunção, a vaidade ou a desatenção podem provocar uma queda ou perda; é um aviso para agir com humildade e cuidado. - Quando é apropriado usá‑lo?
Quando se quer advertir alguém que se mostra excessivamente confiante, altivo ou descuidado, ou para comentar uma situação em que a arrogância levou a um insucesso. - É ofensivo dizer isto a alguém?
Depende do contexto e do tom. Pode ser recebido como censura ou conselho; convém usar‑o com delicadeza em relações sensíveis. - De onde vem a imagem do fuso?
O fuso remete para a actividade tradicional de fiar lã ou fio; a imagem concreta foi transformada em metáfora sobre queda e perda, tornando‑se provérbio.
Notas de uso
- Usa‑se para repreender ou aconselhar alguém que age com demasiado orgulho ou confiança.
- Aplica‑se tanto a comportamentos pessoais (vaidade, desleixo) como a decisões arriscadas (subestimar dificuldades).
- Pode ter tom humorístico ou moralizador, consoante o contexto e a entoação.
- Referência a uma actividade tradicional (fiar) tornada imagem metafórica; hoje funciona como expressão figurada.
Exemplos
- Depois de anunciar que ia vencer a licitação sem consultar a equipa, o chefe ouviu: «Maria que d'alto fia o fuso lhe cai» — e acabou por perder o concurso.
- Quando ela começou a desprezar os concorrentes, os colegas lembraram‑lhe o provérbio para a avisar que a arrogância podia custar caro.
- Planeou investimentos muito arriscados sem estudar o mercado; os mais velhos repetiam o ditado como aviso contra a presunção.
Variações Sinónimos
- Quem muito sobe, grande queda tem
- A vaidade precede a queda
- Quem tudo quer, tudo perde
- Quem se julga eterno, tropeça cedo
Relacionados
- Quem não arrisca não petisca (contraponto sobre risco calculado)
- Mais vale prevenir do que remediar (sobre prudência)
- A vaidade vai antes da ruína (variação moralizante)
Contrapontos
- Quem não arrisca não petisca — nem sempre a humildade evita o progresso; algum risco é necessário para ganhar.
- Em contextos de oportunidade, confiança calculada pode ser útil; a advertência não invalida a coragem ponderada.
Equivalentes
- inglês
Pride goes before a fall (equivalente por sentido: o orgulho antecede a queda). - espanhol
Quien se enorgullece, su caída anuncia (equivalente por sentido: a presunção leva à queda). - francês
L'orgueil précède la chute (equivalente por sentido: o orgulho precede a queda). - latim
Superbia praevenit lapsum (tradução livre/latinizada do sentido).