É preferível lidar com uma situação conhecida, ainda que má, do que arriscar uma alternativa desconhecida que pode ser pior.
Versão neutra
É preferível manter um problema conhecido do que arriscar uma solução desconhecida que pode ser pior.
Faqs
Quando devo usar este provérbio? Use-o para justificar a preferência por uma solução conhecida quando a alternativa é incerta; adequado em decisões onde os riscos do desconhecido são relevantes.
O provérbio defende sempre ficar com o que existe? Não obrigatoriamente; expressa uma inclinação para a prudência, mas pode ser contraposto por argumentos a favor da mudança quando os benefícios potenciais superam os riscos.
Tem origem religiosa por mencionar 'demónio'? A referência ao 'demónio' é figurada e antiga; o provérbio tem origem popular/linguística e foi adaptado em várias línguas, sem ser necessariamente de origem religiosa.
Notas de uso
Registo: usado em linguagem corrente e informal; funciona em contextos pessoais, profissionais e políticos.
Conotação: transmite prudência e aversão ao risco; pode implicar conservadorismo ou receio de mudança.
Contextos típicos: decisões laborais (manter emprego vs mudar), relações pessoais, escolhas financeiras ou institucionais.
Uso cautelado: ao empregá-lo, reconhece-se que a opção por permanecer pode ser motivada por medo e não necessariamente por melhor avaliação racional.
Exemplos
Depois de muitos contratos temporários, decidiu não aceitar a oferta nova: melhor o demónio que você sabe — pelo menos tem estabilidade num trabalho que conhece.
Na reunião do conselho disse que, embora a direção atual tenha falhas, não queriam arriscar uma mudança radical; citou o provérbio para justificar a postura conservadora.
Variações Sinónimos
Melhor o diabo conhecido do que o diabo desconhecido
Mais vale o mau conhecido do que o bom por conhecer
Antes o demónio conhecido do que o demónio por conhecer
Mais vale o certo do que o incerto
Relacionados
Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar (preferência pela certeza)
Não troques o certo pelo duvidoso (aconselha prudência)
Quem não arrisca não petisca (contraponto que incentiva risco calculado)
Contrapontos
Ficar com o 'demónio conhecido' pode perpetuar situações injustas ou prejudiciais — a mudança pode ser necessária para melhoria.
A aversão ao risco nem sempre é racional: oportunidades reais de ganho podem ser perdidas por medo do desconhecido.
Usar o provérbio como justificação impede a avaliação objetiva de alternativas e bloqueia inovação.
Equivalentes
Inglês Better the devil you know than the devil you don't.
Espanhol Más vale malo conocido que bueno por conocer.
Francês Mieux vaut le diable qu'on connaît que le diable qu'on ne connaît pas.
Alemão Besser der Teufel, den man kennt, als der, den man nicht kennt.
Italiano Meglio il diavolo che conosciamo che quello che non conosciamo.