Por vezes aquilo que se espera ser melhor (o vinho) revela‑se inferior ao que seria desprezado (a borra); alerta contra expectativas e avaliações precipitadas.
Versão neutra
Por vezes, o vinho vale menos do que a borra.
Faqs
Quando é apropriado usar este provérbio? Quando se quer destacar que algo considerado superior ou desejável se revela pior ou menos valioso do que aquilo que foi desprezado. Funciona bem em comentários críticos e em ironia prudente.
O provérbio sugere que a borra tem valor? Não necessariamente; o provérbio enfatiza a inversão de expectativas — que o suposto melhor pode ser pior — mas não afirma que a borra seja inerentemente valiosa.
Pode ser ofensivo usar‑lo sobre pessoas ou trabalhos alheios? Sim. Aplicado a pessoas ou trabalho de outrem pode soar depreciativo. É aconselhável moderar o tom e preferir crítica construtiva.
Notas de uso
Usa‑se para apontar situações em que o resultado ou o objeto de valor é, na prática, pior do que a sua parte residual ou desprezada.
Emprega‑se com tom irónico ou crítico quando se quer sublinhar que as aparências ou a reputação enganaram.
É aplicável em contextos económicos, relações pessoais, avaliação de produtos ou projectos e em juízos de conveniência/valia.
Exemplos
Depois de comprar o carro novo e ver a má qualidade do motor, disse: «Menos vale, às vezes, o vinho que a borra.»
Na reunião, o gestor percebeu que o relatório mais brilhante era superficial e comentou: «Por vezes o vinho vale menos que a borra.»
Investiram muito tempo numa funcionalidade bonita mas inútil; ao testar concluíram que o esforço não compensou — menos vale, às vezes, o vinho que a borra.
Variações Sinónimos
Por vezes o vinho vale menos que a borra.
Às vezes a borra vale mais que o vinho.
Nem sempre o melhor aparenta ser o melhor.
Relacionados
Nem tudo o que reluz é ouro.
As aparências enganam.
O que é belo nem sempre é bom.
Contrapontos
Generalizar a partir de um caso isolado pode ser injusto: um resultado mau num exemplo não invalida sempre o todo.
Em contextos técnicos, a análise detalhada pode mostrar que a «borra» tem valor (por exemplo, subprodutos úteis) — o provérbio pode ocultar nuances produtivas.
Usar o provérbio para desvalorizar automaticamente algo novo ou diferente pode bloquear inovação e oportunidades.
Equivalentes
Inglês Sometimes the wine is worse than the lees. / The juice isn't worth the squeeze. (equivalente aproximado)
Espanhol A veces el vino vale menos que la borra. (tradução literal/usada em algumas regiões)
Francês Parfois le vin vaut moins que ses lies. (tradução literal)