
Afirma que coragem ou valentia não se demonstra apenas permanecendo confinada ao espaço doméstico; valoriza a acção pública e o risco.
Versão neutra
Não é corajoso quem se limita apenas a ficar em casa.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Quer dizer que a coragem ou o mérito de alguém não se demonstra apenas por permanecer no espaço doméstico; valoriza acções públicas, iniciativas e risco. - É um provérbio ofensivo ou sexista?
Depende do uso. Pode ser interpretado como crítico da vida doméstica e, se usado de forma absoluta, pode ser considerado desvalorizador. É prudente contextualizá-lo e reconhecer que a coragem assume formas diferentes. - Em que contextos é apropriado empregá-lo?
Em discussões sobre participação cívica, carreira profissional, emancipação feminina ou incentivo à acção. Evite-o quando possa humilhar escolhas pessoais ou contextos de necessidade. - Há alternativas mais neutras?
Sim. Por exemplo: «Não é corajoso quem se limita apenas a ficar em casa», que mantém a ideia sem marcar exclusivamente o género.
Notas de uso
- Usado para elogiar mulheres que saem do espaço doméstico para trabalhar, participar na vida pública ou arriscar-se em novos projectos.
- Pode ter tom encorajador ou crítico, dependendo do contexto: elogia iniciativa ou critica papéis tradicionais impostos.
- Registo: coloquial; aparece em conversas informais e textos de opinião sobre papéis de género.
- Cuidado: pode ser interpretado como depreciativo em relação a quem prefere ou escolhe o trabalho doméstico; convém contextualizar.
- Historicamente ligado a discursos de emancipação feminina e à crítica da divisão sexual do trabalho.
Exemplos
- Quando a assembleia falou sobre igualdade, ela citou o provérbio «Não é brava a mulher que cabe em casa» para defender a participação das mulheres na política.
- Ao aceitar o projecto, a directora lembrou as colegas: «Não é brava a mulher que cabe em casa», incentivando-as a candidatar-se a cargos de liderança.
- Usou a expressão de forma irónica, dizendo que há coragem também em ficar em casa quando se trata de cuidar de uma pessoa doente.
Variações Sinónimos
- Quem só fica em casa não é valente.
- Não é corajosa quem se prende ao lar.
- Quem se limita ao lar não mostra bravura.
Relacionados
- Quem não arrisca não petisca (sobre a necessidade de correr riscos para obter ganhos)
- A ocasião faz o ladrão (sobre influência do ambiente nas acções, usado com cautela)
- Fortuna favorece os audazes (equivalente em incentivo ao risco)
Contrapontos
- A bravura também pode manifestar-se no trabalho de cuidado e nas escolhas privadas; ficar em casa pode ser uma decisão válida e corajosa.
- Medir valor ou coragem pela visibilidade pública ignora desigualdades que condicionam as escolhas (económicas, familiares, culturais).
- O provérbio pode ser utilizado de forma julgadora e reforçar estigmas contra quem prefere ou precisa de permanecer no lar.
Equivalentes
- Inglês
"A woman who stays at home is not brave." / Related proverb: "Fortune favors the bold." - Espanhol
"No es valiente la mujer que se queda en casa." - Francês
"Une femme qui reste à la maison n'est pas courageuse."