Não é vilão o da vila, senão o que faz vilania.
A culpa e o desprezo recaem sobre quem pratica actos vis, não sobre quem nasce ou vive numa determinada comunidade.
Versão neutra
Não é vilão quem é da vila, mas quem pratica vilania.
Faqs
- O que significa 'vilão' neste provérbio?
Originalmente 'vilão' podia significar habitante da vila; no provérbio há um jogo de palavras que contrapõe a origem (da vila) ao acto reprovável (vilania). Hoje lê‑se como 'malfeitor' ou 'pessoa vil'. - Posso usar este provérbio para defender alguém acusado por preconceito?
Sim. É apropriado para sublinhar que a condenação moral deve basear‑se em actos e responsabilidades individuais, não na proveniência social ou geográfica. - Será um provérbio antiquado?
É tradicional e de registo popular; permanece compreensível, mas a palavra 'vilão' pode soar arcaica em alguns contextos e é preciso explicitar o sentido para públicos contemporâneos.
Notas de uso
- «Vilão» aqui é um jogo de palavras: historicamente significava habitante da vila; no uso moderno significa 'malfeitor' ou 'vilão'.
- Usa-se para defender pessoas contra preconceitos baseados na origem social, geográfica ou familiar.
- Registo: popular e proverbial; apropriado em falas morais, críticas sociais ou defesas retóricas.
- Não é uma afirmação jurídica — refere-se a julgamento moral pelos actos, não à impunidade.
Exemplos
- Quando a acusação se limitou a falar da sua proveniência, o advogado lembrou: 'Não é vilão o da vila, senão o que faz vilania.'
- Numa discussão sobre estigmas regionais, Maria resumiu a ideia: 'Temos de julgar pelas acções. Não é vilão o da vila, senão o que faz vilania.'
- Num contexto escolar, o professor explicou que não se pode rotular um colega por nascer na mesma freguesia dos implicados; o caráter vê‑se pelos actos.
Variações Sinónimos
- Não é vilão o da aldeia, senão o que pratica vilania.
- A vilania faz o vilão, não a vila.
- Não se julga alguém pela origem, mas pelos seus actos.
Relacionados
- Pelo fruto se conhece a árvore.
- As obras mostram o homem.
- Não julgueis, para não serdes julgados (sentido moral do julgamento pelos actos).
Contrapontos
- Em certas situações sociais ou históricas, a origem tem importância real (por exemplo, privilégios, castas, ou estigmas que condicionam oportunidades).
- Existem casos em que rótulos coletivos (por ex., estereótipos regionais) influenciam perceções e tratamento, mesmo que moralmente injustos.
- A frase não elimina a responsabilidade institucional ou estrutural: violência ou injustiça podem ter causas sociais além da responsabilidade individual.
Equivalentes
- English
It is not the villager who is a villain, but the one who commits villainy. - Español
No es villano el de la villa, sino quien hace villanía. - Français
Ce n'est pas l'habitant du village qui est vilain, mais celui qui commet des actes de vilenie.