Não há estômago um palmo maior que outro.
Afirma, de forma proverbial, que as necessidades básicas (especialmente a fome) são iguais entre as pessoas; usado também para sublinhar igualdade de apetites ou de direitos fundamentais.
Versão neutra
As pessoas têm necessidades básicas semelhantes; ninguém nasce com maior direito às necessidades essenciais do que outro.
Faqs
- Qual é o sentido principal deste provérbio?
O sentido principal é afirmar igualdade nas necessidades básicas (especialmente a fome) entre as pessoas, muitas vezes usado como argumento moral em favor da partilha ou da justiça social. - O provérbio é literal ou figurado?
Pode ser literal, mas é mais comum como figura de linguagem para defender que ninguém tem maior direito às necessidades essenciais do que outro. - Existem exceções onde o provérbio não se aplica?
Sim. Existem diferenças fisiológicas e sociais reais — por exemplo, condições médicas, metabolismo, idade e desigualdade no acesso aos alimentos — que tornam o provérbio uma generalização moral e não um facto científico. - Qual a origem deste provérbio?
A origem específica não é documentada; trata-se de um ditado popular transmitido oralmente na cultura portuguesa.
Notas de uso
- Usado tanto de forma literal (referindo-se à capacidade física para comer) como, mais frequentemente, de forma figurada (para afirmar igualdade de necessidades, desejos ou direitos).
- Emprega-se em contextos sociais ou morais para recordar que ninguém tem privilégios naturais em relação a necessidades básicas; pode servir como apelo à justiça distributiva.
- Tomar literalmente o provérbio ignora diferenças individuais (idade, género, saúde, metabolismo) e desigualdades sociais no acesso a alimentos.
- Regista uma sensibilidade cultural: costuma aparecer em conversas sobre partilha, caridade e igualdade social.
Exemplos
- Quando distribuímos os bilhetes para a refeição comunitária, lembrei-me do provérbio: "Não há estômago um palmo maior que outro" — todos têm o mesmo direito a comer.
- Usado de forma figurada: "Não entendo porque alguns recebem tanto e outros nada — não há estômago um palmo maior que outro."
- Uso literal: "Depois do jogo disseram que o atleta comia muito mais, mas, no fim, nenhum tinha 'estômago um palmo maior que outro' quando falámos de ração para a equipa."
- Num debate sobre políticas sociais: "Temos de assegurar acesso a alimentos: não há estômago um palmo maior que outro."
Variações Sinónimos
- Não há estômago maior que outro
- Nenhum estômago é mais que o de outro
- Todos têm a mesma fome
- Não existe estômago privilegiado
Relacionados
- A fome é a melhor das cozinheiras.
- Todos somos iguais perante a fome.
- Quem tem fome, come.
Contrapontos
- Do ponto de vista biomédico há variações reais na capacidade e nas necessidades nutricionais: idade, sexo, metabolismo e condições médicas influenciam o apetite e a digestão.
- Do ponto de vista social, nem todos têm igual acesso à comida; o provérbio regula a ideia moral de igualdade, mas não resolve desigualdades estruturais.
- Em contextos competitivos (economia, trabalho), as ambições e oportunidades são desiguais, por isso a ideia de igualdade absoluta de "apetites" pode ser simplista.
Equivalentes
- Inglês
There is no stomach an inch bigger than another. - Espanhol
No hay estómago más grande que otro. - Francês
Il n'y a pas d'estomac plus grand que les autres.