Não há gato que mie sem nascer

Não há gato que mie sem nascer.

Tudo tem uma origem; os acontecimentos não aparecem do nada.

Versão neutra

Nada acontece sem causa.

O que significa exactamente este provérbio?
Significa que os acontecimentos têm sempre uma origem ou causa; raramente surge algo do nada.
Em que contextos é apropriado usá‑lo?
É apropriado em conversas informais para sublinhar a necessidade de procurar causa(s) de um facto — por exemplo perante rumores ou problemas inesperados.
O provérbio prova que uma causa específica existe?
Não. O provérbio sugere que há uma origem, mas não identifica nem prova qual é. Investigar e reunir evidências é necessário.
É um provérbio ofensivo ou polémico?
Em si não é ofensivo, mas usar‑lo para acusar alguém sem provas pode ser injusto.

Uso corrente em registos informais e na fala coloquial para sublinhar que um facto tem antecedentes.
Pode servir para insistir na procura de causas quando surge um problema ou boato.
Não deve ser usado como prova de causalidade: um efeito pode ter causas múltiplas ou desconhecidas, e a presença de um resultado não indica automaticamente quem ou o que o provocou.
Tomar atenção para não atribuir culpa injustamente com base apenas na observação de um efeito.

Quando surgiram queixas sobre irregularidades na obra, o engenheiro disse: «Não há gato que mie sem nascer» — há algo por explicar.
Depois de ver várias mensagens suspeitas, a diretora lembrou aos colegas: «Não há gato que mie sem nascer», por isso convém investigar a origem do problema.

Coincidências acontecem; nem todo fenómeno óbvio tem uma causa óbvia ou única.
Atribuir causalidade apenas porque algo ocorreu (post hoc ergo propter hoc) é uma falácia lógica.
Algumas causas são desconhecidas ou ocultas, pelo que o provérbio não garante acesso imediato à verdade.