Não há geração sem mau nem rio sem vau

Não há geração sem mau nem rio sem vau.

Expressa a ideia de que em todas as épocas surgem pessoas más ou problemas, mas também existe sempre uma passagem/solução para as dificuldades.

Versão neutra

Não existe geração sem alguém mau, nem rio sem uma passagem rasa.

O que significa 'vau' neste provérbio?
'Vau' é um termo tradicional que se refere a uma passagem rasa num rio onde é possível atravessar a pé ou a cavalo. Metaforicamente, indica uma solução ou ponto de travessia nas dificuldades.
É um provérbio adequado para uso contemporâneo?
Sim, é compreendido em Portugal, embora a palavra 'vau' possa soar arcaica. Usa‑se sobretudo em contextos reflexivos sobre inevitabilidades históricas e possibilidades de superação.
Deve ser usado para justificar comportamentos negativos?
Não. O provérbio descreve uma constatação: existem sempre males e dificuldades. Não constitui justificação moral, antes um aviso para procurar soluções e melhoria.

Composto por duas imagens paralelas: 'mau' (pessoa má ou mal) e 'vau' (passagem rasa no rio).
Registo popular e proverbial; pode soar arcaico por causa da palavra 'vau'.
Usa‑se para relativizar que problemas e más influências são inevitáveis, mas que também há meios de os ultrapassar.
Pode empregar‑se em contextos morais, sociais ou ao comentar mudanças geracionais.

Quando discutíamos os abusos na instituição, o pai concluiu: «Não há geração sem mau nem rio sem vau», lembrando que sempre houve e haverá falhas, mas também maneiras de as enfrentar.
Numa conversa sobre política, disse‑lhe que não se deve esperar perfeição: «Não há geração sem mau nem rio sem vau», pelo que o importante é trabalhar por melhorias concretas.

Não há rosa sem espinhos (há sempre aspectos negativos)
Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe (sobre a alternância de circunstâncias)
Cada geração tem a sua cruz (cada época tem os seus problemas)

Nem todas as sociedades ou épocas são iguais: atitudes e normas podem reduzir práticas nocivas ao longo do tempo.
O avanço tecnológico e obras de engenharia tornam muitos vales e rios atravessáveis sem recurso ao 'vau' natural (pontes, túneis).
A ideia de inevitabilidade pode desincentivar a ação: reconhecer problemas não é sinónimo de aceitá‑los passivamente.