Não há mau pão para boa fome.
Quando a necessidade é grande, aceita-se algo mesmo que seja de má qualidade; a urgência sobrepõe-se às preferências.
Versão neutra
Quando a necessidade é grande, aceita-se aquilo que houver disponível, mesmo que não seja ideal.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que, em situação de necessidade ou urgência, as pessoas tendem a aceitar opções que normalmente rejeitariam por serem de menor qualidade ou por não corresponderem às preferências. - Posso usar este provérbio em formalidade ou escrita académica?
É um provérbio de registo coloquial e popular; em contextos formais pode ser citado para ilustrar um ponto, mas não é adequado como argumento técnico sem explicação adicional. - Há risco em aplicar este princípio sem critério?
Sim. Usá-lo como justificação para aceitar sempre soluções inferiores pode levar a resultados negativos; é importante ponderar riscos, qualidade e consequências.
Notas de uso
- Usa-se tanto no sentido literal (fome física) como no figurado (necessidade, escassez, urgência).
- Registo: coloquial e popular; adequado em conversas informais e textos que referem sabedoria popular.
- Pode justificar escolhas ou sacrifícios que normalmente seriam recusados; também serve como crítica a esse tipo de justificação.
- Não indica que a má qualidade seja desejável, apenas que a necessidade a torna aceitável.
Exemplos
- Depois de duas horas a caminhar sem comer, não havia escolha: não há mau pão para boa fome, e comemos o primeiro lanche que apareceu.
- Na empresa, com o orçamento reduzido, tiveram de aceitar uma solução menos elegante; às vezes não há mau pão para boa fome — a urgência manda.
- Quando o bebé não parava de chorar e nada o acalmava, aceitaram a recomendação de imediato: em situações críticas, não há mau pão para boa fome.
Variações Sinónimos
- À falta de pão, boas são as tortas.
- A necessidade não tem lei.
- A necessidade faz virtude.
Relacionados
- Quem tem pressa come cru (priorizar rapidez sobre qualidade).
- Beggars can't be choosers (equivalente em inglês).
- À falta de recursos, adaptam-se soluções provisórias.
Contrapontos
- Aceitar sempre aquilo que aparece pode levar a normalizar baixa qualidade ou prejuízo.
- Nem tudo o que é aceite por necessidade é seguro ou recomendável — avaliar riscos mantém-se importante.
- Há situações em que recusar é a opção mais prudente (por exemplo, alimentos estragados ou propostas injustas).
Equivalentes
- Inglês
Beggars can't be choosers. - Inglês (variação)
Hunger is the best sauce. - Espanhol
A falta de pan, buenas son tortas. - Francês
Faute de grives, on mange des merles.