Não há prazer que não enfade e, mais, sendo debalde

Não há prazer que não enfade e, mais, sendo deb ... Não há prazer que não enfade e, mais, sendo debalde

Qualquer prazer pode tornar‑se enfadonho; quando é inútil, torna‑se ainda mais cansativo.

Versão neutra

Nenhum prazer não cansa; quando é vão, mais facilmente aborrece.

Faqs

  • Qual é a ideia central deste provérbio?
    Que até as coisas agradáveis perdem o encanto com o tempo e que prazeres desprovidos de propósito ou utilidade se tornam particularmente enfadonhos.
  • É apropriado usar esta forma antiga no português moderno?
    A frase tem um tom arcaico; em contexto culto ou literário pode funcionar, mas no uso corrente é preferível uma versão mais simples, como «Nenhum prazer não cansa; sendo inútil, mais ainda».
  • Quando posso aplicar este provérbio na prática?
    Ao aconselhar moderação, ao criticar actividades repetitivas e sem propósito, ou ao refletir sobre a efemeridade das satisfações que surgem apenas do consumo ou da rotina.

Notas de uso

  • Registo arcaico/erudito: a construção "e, mais, sendo debalde" é pouco usada no português moderno corrente.
  • Expressa uma lição sobre a transitoriedade dos prazeres e uma crítica a prazeres fúteis ou desprovidos de propósito.
  • Usa‑se para advertir contra excessos, busca de satisfações vazias ou ocupações sem resultado.
  • Em contexto moderno pode ser substituído por formulações mais simples, mantendo o sentido.

Exemplos

  • Passar horas a ver séries só porque existem pode dar algum prazer inicial, mas, passado pouco tempo, não há prazer que não enfade — especialmente se não acrescentar nada à vida.
  • Repetir sempre a mesma festa ou o mesmo hobby sem mudar objetivos é enganador: prazeres repetidos e sem propósito acabam por cansar.
  • No trabalho, tarefas rotineiras podem ter pequenos prazeres, mas se forem claramente inúteis tornam‑se enfadonhas e desmotivadoras.
  • Um investimento de tempo em atividades gratificantes e com sentido evita o que o provérbio descreve: prazeres que enjoam por serem vãos.

Variações Sinónimos

  • Tudo cansa, até o prazer
  • Até o mel enjoa
  • Nenhum prazer dura para sempre
  • O excesso cansa

Relacionados

  • O que é demais enjoa
  • Moderação é a chave
  • Prazeres passageiros

Contrapontos

  • Nem todos os prazeres enfadam: prazeres ligados a propósito ou a relações significativas mantêm interesse.
  • A renovação e a variedade podem prevenir o enfado, pelo que o problema pode ser da repetição e não do prazer em si.
  • A moderação e a intenção transformam muitas satisfações em hábitos sustentáveis, reduzindo a sensação de futilidade.

Equivalentes

  • inglês
    There is no pleasure that does not weary; all the more so if it is in vain.
  • espanhol
    No hay placer que no canse; y más si es inútil.
  • francês
    Il n'est pas de plaisir qui ne lasse, surtout s'il est vain.