Não queira o sapateiro tocar rabecão

Não queira o sapateiro tocar rabecão.

Não peça a alguém sem competência para uma tarefa especializada que a execute; cada um deve fazer o que conhece melhor.

Versão neutra

Não peça ao sapateiro para tocar rabeca.

Quando devo usar este provérbio?
Use‑o para advertir contra atribuir tarefas especializadas a quem não tem formação ou experiência nessa área, sobretudo quando há risco de erro ou prejuízo.
É ofensivo chamar alguém de 'sapateiro' com este provérbio?
O provérbio não insulta a profissão; critica a inadequação de competências. Ainda assim, dependendo do tom, pode soar depreciativo se for usado para limitar capacidades ou desvalorizar alguém.
Vale sempre a pena seguir este princípio?
Não sempre. É prudente ter especialistas para tarefas críticas, mas também é útil reconhecer situações em que formação, curiosidade ou perspetivas externas trazem benefício.

Usa‑se para aconselhar prudência ao delegar tarefas fora da área de competência de alguém.
Pode servir como crítica a quem exige que um especialista faça algo para o qual não foi formado.
Convida à valorização das profissões tradicionais e do conhecimento técnico específico.
Deve ser usada com cuidado para não desmotivar a aprendizagem ou a iniciativa de adquirir novas competências.

O chefe queria que o contabilista fizesse o trabalho do departamento jurídico; lembraram‑lhe: 'não queira o sapateiro tocar rabecão'.
Quando a escola pediu a assistente administrativa para planear as aulas, alguém comentou: 'não queira o sapateiro tocar rabecão' — melhor contratar ou consultar um docente.

Alguém sem formação pode, por curiosidade ou talento, aprender e executar bem uma tarefa fora da sua área.
A inovação às vezes surge quando pessoas de outro ofício aplicam perspetivas diferentes a um problema.
Em contextos de emergência ou falta de recursos, pedir a alguém para desempenhar outra função pode ser necessário.