Nem moça boa na praça, nem homem rico por caça

Nem moça boa na praça, nem homem rico por caça. ... Nem moça boa na praça, nem homem rico por caça.

Aviso contra julgar pela aparência pública e contra esperar riqueza ou vantagem apenas por conquistas amorosas; reflete normas sociais antigas sobre reputação e cortejo.

Versão neutra

Não se deve inferir virtude pela presença pública de uma mulher, nem contar em tornar‑se rico por meio de conquistas amorosas.

Faqs

  • O que significa exactamente 'caça' neste provérbio?
    Aqui 'caça' tem o sentido tradicional de 'cortejo' ou 'conquista amorosa'. Historicamente, 'caçar' podia referir‑se a procurar parceira( parceiro) ou a galantear; portanto o provérbio refere‑se a não contar com riqueza resultante dessas conquistas.
  • Este provérbio é ofensivo para as mulheres?
    Pode ser interpretado como moralizador ou sexista porque pressupõe normas de comportamento feminino (que a mulher 'de reputação' não andaria na praça). Ao usar‑lo hoje, convém contextualizar e evitar reproduzir estereótipos de género.
  • Quando é apropriado usar este provérbio atualmente?
    É apropriado quando se quer advertir contra julgamentos baseados em aparências ou contra a expectativa de ganho fácil através de relações amorosas. Deve ser evitado se for usado para exprimir censura moral sobre a liberdade de comportamentos das mulheres.
  • É um provérbio regional ou de uso geral?
    Trata‑se de um provérbio popular, possivelmente com circulação local ou rural; não é dos mais difundidos no uso urbano contemporâneo, mas é compreensível em Portugal por quem conhece linguagem tradicional.

Notas de uso

  • Provérbio de tom advertório e de origem popular, com raiz em padrões sociais tradicionais sobre comportamento público de mulheres e sobre a futilidade de procurar riqueza por meios de conquista.
  • Usa linguagem arcaica: 'moça boa' refere‑se a uma mulher considerada recatada ou de boa reputação; 'caça' pode significar cortejo ou conquista amorosa.
  • Hoje deve ser usado com cuidado: pode ser interpretado como moralizador ou sexista se aplicado sem contexto; melhor utilizá‑lo para criticar expectativas ou julgamentos superficiais do que para justificar normas de género.
  • Pode aparecer em contextos familiares, literários ou regionais; menos frequente no discurso contemporâneo urbano.

Exemplos

  • Quando o João achou que a namorar uma rapariga popular se tornaria rico, a avó respondeu: «Nem moça boa na praça, nem homem rico por caça.»
  • Ao verem uma jovem na feira, algumas pessoas logo criticaram‑na; eu disse que não havia motivo para julgar: nem moça boa na praça, nem homem rico por caça.
  • Usou o provérbio para lembrar os amigos que não devem avaliar carácter por aparências nem esperar ganhos fáceis através de conquistas.

Variações Sinónimos

  • Nem boa na praça, nem rico por caça.
  • Nem moça boa na feira, nem homem rico por caçadas.
  • Não julgues só pela praça, nem esperes riqueza por caça.

Relacionados

  • Nem tudo o que reluz é ouro.
  • Não julgar pelas aparências.
  • Quem muito se mostra pouco vale.

Contrapontos

  • A presença pública de uma mulher não determina o seu carácter; hoje há entendimento de que mulheres têm o direito de ocupar o espaço público sem serem avaliadas moralmente.
  • Esperar enriquecer através de conquistas amorosas é uma visão materialista e insustentável; relações não devem ser tratadas como meio para fins económicos.

Equivalentes

  • inglês
    Don't judge a book by its cover; you can't get rich by simply wooing someone.
  • espanhol
    No juzgues por las apariencias; nadie se hace rico solo por cortejar.
  • francês
    Il ne faut pas juger d'après les apparences; on ne devient pas riche uniquement en flattant quelqu'un.