O demónio, onde não puder meter a cabeça, põe a cauda

O demónio, onde não puder meter a cabeça, põe  ... O demónio, onde não puder meter a cabeça, põe a cauda

Quando alguém não consegue influenciar ou entrar pela via directa, procura uma forma alternativa, muitas vezes dissimulada ou indirecta, para atingir o seu propósito.

Versão neutra

Quando não pode agir pela frente, tenta entrar pelos lados.

Faqs

  • Qual é a origem deste provérbio?
    A origem exacta é incerta; trata‑se de uma imagem de tradição popular que usa a figura do demónio para representar persistência, malícia ou a tendência de procurar formas indirectas de interferir. É comum em contextos rurais e populares, sem autor conhecido.
  • Quando devo usar este provérbio?
    Use-o para alertar sobre o risco de permitir pequenas falhas que possam ser exploradas, ou para descrever alguém que, não podendo agir directamente, recorre a meios indirectos. Evite em contextos muito formais ou onde referências religiosas possam causar desconforto.
  • É um provérbio ofensivo por mencionar o 'demónio'?
    A referência ao 'demónio' é metafórica e habitual na tradição popular; normalmente não pretende ofender, mas em contextos sensíveis pode ser preferível usar a versão neutra: 'Quando não pode agir pela frente, tenta entrar pelos lados.'

Notas de uso

  • Imagem religiosa/folclórica: 'demónio' é figura metafórica para intenção maliciosa ou para uma força persistente.
  • Tom admoestador: costuma usar-se para alertar contra deixar pequenas aberturas que permitam intrigas ou prejuízos.
  • Uso em contexto social, político, familiar ou profissional para referir astúcia ou persistência negativa.
  • Pode ter registo popular e regional; evita-se em contextos formais por referência religiosa.

Exemplos

  • Quando notámos uma falha no controlo de acessos, lembrámos o provérbio: o demónio, onde não puder meter a cabeça, põe a cauda — pequenas falhas atraem problemas maiores.
  • Na reunião, o opositor não conseguiu impor a sua ideia abertamente e acabou a minar o projecto por detrás; foi exactamente um caso de 'onde não puder meter a cabeça, põe a cauda'.
  • Num contexto político, se não conseguem vencer a votação, procuram formas laterais de influenciar decisões futuras — porque, quando não entram pela frente, entram pelos fundos.

Variações Sinónimos

  • Onde não entra a cabeça, entra a cauda.
  • Se não pode pela porta, entra pela janela.
  • Quando não se consegue pelo caminho directo, tenta-se um caminho contornado.

Relacionados

  • Mais vale prevenir do que remediar (prevenção contra consequencias)
  • Cuidado com as pequenas aberturas (aconselhamento prático)
  • Quem semeia ventos, colhe tempestades (ações têm consequências)

Contrapontos

  • Nem toda a acção indirecta é mal-intencionada — às vezes a alternativa é legítima e necessária.
  • Confiar em processos transparentes e regras pode impedir que se recorra a artimanhas; a solução passa por criar mecanismos claros.

Equivalentes

  • Inglês
    If he can't get in through the front, he'll try the back door (paraphrase conveying the same idea).
  • Espanhol
    Donde no entra la cabeza, entra la cola (variante usada em algumas regiões hispanófanas).
  • Francês
    S'il ne peut entrer par la tête, il cherchera par la queue (tradução/paráfrase do sentido).