Pessoas com os mesmos vícios, males ou experiências reconhecem-se mutuamente; quem pratica uma acção identifica facilmente outro que a pratica.
Versão neutra
Quem pratica um acto reconhece outro que o pratica; semelhantes reconhecem semelhantes.
Faqs
Significa que quem acusa é sempre culpado? Não necessariamente. O provérbio sugere familiaridade ou experiência comum, mas não prova culpa. Deve‑se distinguir entre reconhecimento baseado em experiência e acusação factual.
É ofensivo usar esta expressão? Pode ser. Usada para insinuar culpa ou má‑conduta, a expressão pode magoar ou inflamar um conflito. É mais segura em contextos analíticos do que em acusações directas.
Quando é apropriado usá‑la? Quando se quer indicar que alguém reconheceu um comportamento por já o ter observado ou praticado — por exemplo, em análises forenses, históricas ou críticas, com cuidado ao tom.
Tem origem conhecida? É de origem popular e não se conhece um autor específico; variantes semelhantes ocorrem em várias línguas.
Notas de uso
Usa‑se frequentemente para sugerir que uma acusação ou reconhecimento vem da própria experiência do arguente.
Tem conotação maioritariamente negativa quando aplicado a acusações (implica familiaridade com o acto reprovável).
Pode ser usado de forma crítica ou sarcástica; atenção ao tom, pois pode ser interpretado como imputação.
Não é adequado para situações em que se pretende uma avaliação objectiva ou empática sem julgamento.
Exemplos
Quando o jornalista acusou o político de corrupção, alguém replicou: «O ladrão conhece um ladrão», insinuando que a crítica vinha de quem também tem culpa.
Num encontro da empresa, ao comentar más práticas, ela disse de forma neutra: «Pessoas habituadas a enganar notam imediatamente sinais parecidos nos outros — o ladrão conhece um ladrão».
Depois da investigação, o delegado explicou que algumas pistas só foram reconhecidas por peritos que já tinham visto casos semelhantes — é o caso do princípio 'o ladrão conhece um ladrão'.
Num debate familiar, usar esta expressão pode tornar a conversa ofensiva se houver dúvida sobre a conduta das pessoas envolvidas.
Variações Sinónimos
O ladrão conhece o ladrão
Quem rouba reconhece outro que rouba
Quem conhece o vício reconhece o vício
O lobo conhece o lobo
Relacionados
O lobo perde o pelo, mas não o vício (há hábitos difíceis de mudar).
Diz‑me com quem andas, dir‑te‑ei quem és (associação e imagem).
Não julgues o livro pela capa (alerta contra julgamentos errados).
Contrapontos
Nem todos os que acusam são culpados — pode haver denúncia legítima.
Não se deve presumir culpa só porque alguém identifica um comportamento.
Evitar generalizações: reconhecimento não equivale a cumplicidade.
Equivalentes
English It takes one to know one.
Español El ladrón conoce a otro ladrón.
Français Il faut être voleur pour reconnaître un voleur.
Deutsch Einer erkennt den anderen (sprichwörtlich: 'Der Dieb erkennt den Dieb').