O que é do comum, é de nenhum.

O que é do comum, é de nenhum.
 ... O que é do comum, é de nenhum.

Quando algo pertence a todos, tende a não ser tratado por ninguém; falta de responsabilidade/exclusão leva ao abandono ou degradação.

Versão neutra

O que é de todos acaba por não ser de ninguém.

Faqs

  • Qual é a mensagem principal deste provérbio?
    Adverte que a falta de responsabilidade individual sobre bens ou tarefas partilhadas tende a provocar negligência, abandono ou degradação desses bens.
  • É um provérbio pessimista sobre propriedade colectiva?
    Tem um tom crítico e conservador quanto à gestão sem regras, mas não nega que bens comuns possam ser bem geridos; aponta sobretudo o risco quando não existem normas ou liderança.
  • Onde se aplica hoje em dia?
    Aplica‑se a espaços públicos, equipamentos partilhados, recursos naturais, processos organizacionais e qualquer situação onde não exista responsabilidade definida.
  • Como evitar que o provérbio se concretize (a tragédia dos comuns)?
    Criar regras claras, sistemas de monitorização, incentivos e sanções, ou formas de governação colectiva (associações, cooperativas, regimes de gestão comunitária).

Notas de uso

  • Usa‑se para criticar situações em que a ausência de responsabilidades individuais provoca negligência de bens ou tarefas colectivas.
  • Aplica‑se tanto a bens materiais (equipamento partilhado, espaços públicos) como a bens imateriais (regras, processos, reputação).
  • Tom e contexto: muitas vezes usado numa crítica prática ou preventiva; pode soar cínico se aplicado sem considerar soluções de gestão comum.
  • Não implica que a posse partilhada seja inevitavelmente má — aponta sobretudo para o risco quando não existem normas ou mecanismos de responsabilidade.

Exemplos

  • No pequeno edifício, os moradores deixavam o corredor sujo porque cada um pensava que outro limparia — o que é do comum, é de nenhum.
  • Quando a câmara não fiscaliza o parque e os cidadãos não se organizam, os equipamentos partilhados degradam‑se; o provérbio vem a propósito.
  • Num escritório, se ninguém assume que repõe material comum, acaba por faltar sempre algo — é a ilustração prática de que o que é do comum é de nenhum.

Variações Sinónimos

  • O que é de todos não é de ninguém.
  • O que é de todos não tem dono.
  • Coisa de todos, coisa de ninguém.

Relacionados

  • Tragédia dos comuns (conceito económico/ambiental)
  • Bens comuns / commons (gestão colectiva de recursos)
  • Responsabilidade partilhada
  • Elinor Ostrom — princípios de gestão dos comuns

Contrapontos

  • Existem modelos de gestão comum bem‑sucedidos (cooperativas, comunidades de pastoreio, regras locais) que mostram que bens partilhados podem ser geridos com eficácia.
  • A solução não é necessariamente privatizar, mas estabelecer regras, sanções e incentivos para a manutenção colectiva.
  • O provérbio generaliza um risco; a experiência prática demonstra que organização e governança são determinantes.

Equivalentes

  • Inglês
    What's everybody's is nobody's (or: What's common to all is common to none).
  • Espanhol
    Lo que es de todos no es de nadie.
  • Francês
    Ce qui appartient à tout le monde n'appartient à personne.
  • Latim (expressão relacionada)
    Res communes nullius (coisas comuns, de ninguém).

Provérbios