O que não se faz com razão, não se sofre com vontade.
Não se deve aceitar passivamente o que é irrazoável ou injusto; não é natural sofrer com prazer algo que falta de razão.
Versão neutra
Aquilo que é irrazoável ou injusto não deve ser aceite de bom grado.
Faqs
- O provérbio fala de justiça ou de preferência pessoal?
Principalmente refere-se a justiça/razoabilidade: aconselha a não aceitar passivamente situações que são irrazoáveis ou injustas. Em contextos de preferência pessoal costuma aplicarse de forma mais vaga. - Serve como desculpa para confrontos ou violência?
Não. O provérbio justifica a recusa ou resistência a algo injusto, mas não legitima meios ilegais ou violentos. A escolha de meios deve respeitar a lei e a ética. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Ao explicar por que se recusou uma ordem injusta, ao justificar protesto pacífico, ou ao encorajar alguém a não aceitar passivamente humilhação ou abuso sem procura de remédio.
Notas de uso
- Usa-se para justificar resistência ou recusa perante ordens, situações ou decisões que são injustas ou sem fundamento.
- Aplica-se tanto a conflitos pessoais (relações, trabalho) como a situações sociais e políticas.
- Não autoriza violência ou ilegalidade; costuma implicar procura de meios legítimos para contestar o que é injusto.
Exemplos
- Quando o patrão começou a exigir horas extra não pagas, os trabalhadores lembraram-se de que 'o que não se faz com razão, não se sofre com vontade' e pediram explicações formais.
- Numa discussão familiar, ela disse que não podia simplesmente aceitar a acusação sem provas — o que não se faz com razão, não se sofre com vontade.
- Num protesto contra uma lei discriminatória muitos repetiam o provérbio para justificar a resistência pacífica e organizada.
- No contexto escolar, recusar uma nota atribuída sem critérios claros é coerente com a ideia de que o que não se faz com razão não se sofre com vontade.
Variações Sinónimos
- O injusto não se aceita de bom grado.
- Não se suporta com vontade aquilo que falta de razão.
- O que é irrazoável não se deve tolerar voluntariamente.
Relacionados
- Quem cala consente.
- Nem tudo o que é permitido é justo.
- A injustiça é um convite à resistência (afirmação comum, não provérbio tradicional).
Contrapontos
- Em ocasiões pode ser estratégico tolerar temporariamente uma injustiça para evitar maiores danos ou ganhar tempo para uma solução mais eficaz.
- Algumas situações exigem conformidade provisória por razões legais, de segurança ou de preservação de relações — tolerância pragmática não significa aceitação definitiva.
- A reação imediata à irracionalidade nem sempre é a melhor resposta; a via institucional e pacífica pode ser preferível.
Equivalentes
- en
What is not done with reason should not be suffered willingly. - es
Lo que no se hace con razón, no se sufre con gusto.