Os desígnios de Deus são impenetráveis.
Expressa a ideia de que os planos ou razões divinas escapam à plena compreensão humana; sugere aceitação da providência ou mistério perante eventos incompreensíveis.
Versão neutra
Os planos divinos são insondáveis.
Faqs
- O provérbio significa que não devemos questionar nada?
Não necessariamente; o provérbio aponta para limites da compreensão humana sobre a providência divina, mas não invalida o questionamento ético, a investigação ou a responsabilidade humana. - Tem origem na Bíblia?
É uma formulação popular que sintetiza ideias bíblicas—especialmente passagens como Romanos 11:33—mas a forma exata do provérbio não tem autor bíblico único. - É adequado usá‑lo em contextos profissionais?
Depende do contexto: pode ser reconfortante em situações pessoais, mas em ambientes profissionais ou técnicos é preferível explicitar causas e responsabilidades em vez de recorrer ao provérbio.
Notas de uso
- Uso comum em contextos religiosos e consolatórios para justificar ou aceitar acontecimentos difíceis.
- Registo: formal ou coloquial, dependendo do tom; pode soar fatalista se usado sem nuance.
- Pode ser invocado para consolar alguém perante perda ou infortúnio, mas também pode ser considerado evasivo em debates racionais.
- Não especifica uma tradição religiosa concreta; interpretações variam entre denominações e entre crentes e não crentes.
- Evitar usar para eximir responsabilidade ética ou social por decisões humanas (p.ex. injustiças evitáveis).
Exemplos
- Quando a empresa fechou sem aviso, ele disse: «Os desígnios de Deus são impenetráveis», para aceitar a perda com calma.
- Numa conversa sobre por que aconteceu uma tragédia natural, a tia repetiu que «os desígnios de Deus são impenetráveis» para expressar que nem tudo tem explicação humana.
- Ao ser confrontado com uma oportunidade inesperada, comentou: «Talvez os desígnios de Deus sejam impenetráveis, mas devemos agir com responsabilidade diante do que nos é dado.»
Variações Sinónimos
- Os caminhos de Deus são misteriosos.
- Os juízos de Deus são insondáveis.
- Só Deus sabe.
- Deus tem os seus desígnios.
Relacionados
- Deus escreve direito por linhas tortas.
- Só Deus sabe.
- Há males que vêm por bem (por vezes invocado em contexto de aceitação).
Contrapontos
- Argumento contra o fatalismo: aceitar esta expressão não deve substituir a ação responsável ou a busca por soluções humanas.
- Teologicamente, muitos sustentam que Deus também se revela e que nem tudo é insondável (p.ex. através da Escritura ou da razão).
- Uso crítico: pode ser usado para silenciar perguntas legítimas sobre injustiça ou má governança.
- Em contextos seculares pode ser visto como irrelevante para decisões políticas ou científicas que exigem explicações causais.
Equivalentes
- inglês
God works in mysterious ways. - espanhol
Los designios de Dios son inescrutables. - francês
Les voies de Dieu sont impénétrables. - alemão
Gottes Wege sind unergründlich.