Os sábios dizem livros; os salsicheiros dizem porcos.
Observação de que o tema e o léxico usados pelas pessoas dependem da sua formação, profissão ou interesses — os instruídos tendem a falar de livros; os práticos, de assuntos do seu ofício.
Versão neutra
Pessoas instruídas falam de livros; pessoas de ocupações práticas falam de assuntos do seu trabalho.
Faqs
- Qual é a ideia principal deste provérbio?
Que o que as pessoas discutem e o vocabulário que usam refletem a sua formação, ocupação e interesses: temas académicos para uns, práticos para outros. - É ofensivo chamar alguém de 'salsicheiro'?
Sim, 'salsicheiro' pode ter uma conotação pejorativa. O provérbio contém juízos de valor sobre grupos sociais e deve ser usado com cuidado para evitar ofensa. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Em comentários sobre diferenças de enfoque entre grupos (por exemplo, entre académicos e trabalhadores práticos), preferindo versões neutras em contextos formais. - O provérbio valoriza mais os 'sábios' do que os 'salsicheiros'?
Implicitamente tende a privilegiar o saber erudito, mas uma leitura crítica sublinha que saberes práticos têm igual valor e que a diversidade de interesses é legítima.
Notas de uso
- Usa-se para comentar diferenças de foco, saber ou linguagem entre grupos sociais ou profissionais.
- A expressão 'salsicheiros' é pejorativa; atenção ao seu uso em contextos formais ou sensíveis porque pode ofender.
- Serve também para sublinhar que diferentes grupos valorizam tipos distintos de conhecimento (teórico vs. prático).
- Pode ser empregue irónicamente para criticar pedantismo ou, inversamente, para denunciar preconceito contra quem exerce ofícios manuais.
Exemplos
- Na reunião, os professores debatiam teoria e políticas educativas; os produtores, mais práticos, focavam-se na logística — como diz o provérbio, 'os sábios dizem livros; os salsicheiros dizem porcos'.
- Quando falámos de prioridades na aldeia, percebeu-se a diferença: uns propunham bibliotecas, outros discutiam a manutenção dos currais — cada um fala conforme o seu mundo.
- Usou o provérbio para criticar quem despreza saberes práticos, lembrando que falar de porcos não é menos legítimo do que falar de livros.
Variações Sinónimos
- Cada um fala do que sabe.
- Cada cabeça, sua sentença.
- Cada um, com as suas preocupações.
- Há conversas para cada ofício.
Relacionados
- Distinção entre saber teórico e saber prático
- Preconceito social e linguístico
- Proverbios sobre interesses e experiência
Contrapontos
- Generalizar o saber pelo ofício é reductivo: quem trabalha com animais pode ter amplo conhecimento teórico.
- A valorização exclusiva dos ‘livros’ ignora a legitimidade dos saberes práticos; ambos se complementam.
- O provérbio pode ser usado para justificar segregação social ou linguística, pelo que deve ser interpretado criticamente.
Equivalentes
- English
Some speak of books, others of bacon — different people talk about what concerns them (≈ "Different strokes for different folks"). - Español
Los sabios hablan de libros; los charcuteros hablan de cerdos. (tradução literal usada para transmitir a ideia) - Français
Les savants parlent de livres ; les charcutiers parlent de cochons. (traduction littérale pour l'idée)