Para pé de pobre, qualquer calçado serve

Expressa que quem tem poucos recursos não pode dar-se ao luxo de ser exigente; aceita-se o que está disponível.

Versão neutra

Quem tem poucos meios não pode ser muito exigente quanto ao calçado.

Quando devo usar este provérbio?
Use-o para comentar situações em que a falta de alternativas obriga alguém a aceitar algo menos ideal. Evite em contextos sensíveis ou quando possa parecer que está a minimizar a situação de pobreza de alguém.
É ofensivo dizer isto a alguém em dificuldade?
Pode ser interpretado como insensível ou condescendente. Melhor optar por uma formulação empática que reconheça a falta de opções sem culpar a pessoa.
O provérbio tem valor prático hoje?
Sim, descreve uma realidade prática de limitação de escolhas. Ao mesmo tempo, convém não usá-lo para justificar condições injustas ou falta de políticas que alarguem opções.

Registo: popular e coloquial; usado em conversas informais.
Contexto: descreve situações de carência material ou falta de alternativas.
Tom: pode soar resignado ou insensível se aplicado a pessoas em situação de pobreza; atenção ao contexto e à audiência.
Não deve ser usado para justificar exploração ou falta de opções impostas por terceiros.

Quando a fábrica fechou e havia poucas ofertas de emprego, para pé de pobre qualquer calçado serve — aceitou a oferta mesmo sabendo que o salário era baixo.
Na feira já só restavam tamanhos grandes; como precisava de sapatos, acabou por levar uns desajustados — para pé de pobre, qualquer calçado serve.

Defender padrões mínimos: pobreza não justifica sacrificar dignidade ou saúde (por exemplo, calçado inadequado pode causar problemas nos pés).
Crítica social: o provérbio pode naturalizar a falta de alternativas e desviar a atenção das causas estruturais da pobreza.
Direito a escolher: mesmo com recursos limitados, as pessoas têm direito a opções adequadas quando possível.