Penhor que corre, ninguém o toma.

Penhor que corre, ninguém o toma.
 ... Penhor que corre, ninguém o toma.

Diz que um bem dado em penhor que está em movimento, fora do alcance ou na posse do penhorado não pode ser facilmente apreendido; por extensão, algo que se mantém fora do alcance de credores ou adversários escapa à tomada.

Versão neutra

Um penhor em movimento ou na posse do penhorado não pode ser facilmente apreendido.

Faqs

  • Qual é o sentido literal do provérbio?
    Literalmente refere‑se a um penhor (por exemplo, um animal ou objecto dado em garantia) que, estando em fuga ou fora do alcance, não pode ser tomado pelo credor.
  • Como se usa no sentido figurado?
    Usa‑se para dizer que algo que está na posse de alguém, em movimento ou protegido, é difícil de ser apreendido ou perdido — por exemplo, vantagens temporárias ou bens em circulação.
  • Posso usar isto como justificação para esconder bens de credores?
    Não. O provérbio descreve uma observação prática tradicional; ocultar bens para evitar obrigações legais é ilícito e pode ter consequências penais e civis.
  • Este provérbio ainda tem validade hoje?
    Como reflexão popular sobre posse e alcance, mantém sentido, mas a sua aplicabilidade prática foi reduzida por meios legais, administrativos e tecnológicos modernos.

Notas de uso

  • Registo popular e tradicional, com base em práticas rurais e comerciais antigas relativas a penhores e gado.
  • Usa‑se tanto no sentido literal (um animal ou objecto que fuja não pode ser apreendido) como no figurado (bens ou vantagens que, por estarem em posse ou em movimento, são difíceis de perder).
  • Não deve ser interpretado como aconselhamento legal para ocultar bens; a eficácia da ideia depende do contexto histórico e dos meios de execução.
  • Adequado em conversas informais, comentários sobre estratégias de protecção de bens ou observações sobre vantagem de quem detém a posse.

Exemplos

  • Quando o cavalo fugiu para o monte, o credor acabou por desistir — penhor que corre, ninguém o toma.
  • Na discussão sobre transferir activos para outra conta, o gerente comentou: 'penhor que corre, ninguém o toma', referindo‑se à vantagem da posse temporária.
  • Ao ouvir que os documentos estavam guardados fora do escritório, o advogado disse que, na prática, enquanto alguém os detivesse, seria difícil à parte contrária tomá‑los.

Variações Sinónimos

  • Penhor que foge, ninguém alcança.
  • O que corre não se toma.
  • Quando o bem está em movimento, não há quem o apanhe.

Relacionados

  • A posse é metade do direito.
  • Possessio est potestas (noção de que a posse confere poder)
  • A vantagem de quem detém

Contrapontos

  • Hoje em dia existem meios legais e tecnológicos (ordens judiciais, autoridades, rastreamento) que permitem apreender bens mesmo se estiverem em movimento.
  • Ocultar ou mover bens para impedir a sua apreensão é ilegal e pode agravar a responsabilidade do devedor.
  • O provérbio reflecte uma realidade prática antiga, não uma regra jurídica universal.

Equivalentes

  • inglês
    Possession is nine‑tenths of the law.
  • espanhol
    La posesión vale más que el derecho.
  • francês
    La possession vaut titre (aproximadamente).