Quando a água benta é pouca, e os diabos são muitos

Quando a água benta é pouca, e os diabos são mu ... Quando a água benta é pouca, e os diabos são muitos, não há quem os vença.

Quando os recursos, aliados ou forças do bem são escassos perante muitos problemas ou adversários, é improvável conseguir vencer.

Versão neutra

Quando os meios são escassos e os problemas numerosos, é difícil triunfar.

Faqs

  • O que significa este provérbio em poucas palavras?
    Significa que, se há poucos recursos ou apoiantes e muitos problemas ou inimigos, é difícil alcançar a vitória ou resolver a situação.
  • É um provérbio religioso?
    Tem origem em imagens religiosas (água benta, demónios), mas é normalmente usado de forma metafórica para descrever desequilíbrios de forças em contextos laicos.
  • Quando é apropriado usá‑lo?
    Quando se quer sublinhar a desproporção entre meios disponíveis e dificuldades a enfrentar — por exemplo, em equipas diminutas, campanhas com pouco apoio ou reformas contra interesses poderosos.
  • Há formas de contrariar a ideia do provérbio?
    Sim: organização, estratégia, formação, alianças e tecnologia podem compensar a escassez de meios e transformar uma situação aparentemente perdida.

Notas de uso

  • Expressa desvantagem numérica ou de meios face a uma situação adversa.
  • Usado tanto em sentido literal religioso (ex.: ritos, exorcismos) como — mais frequentemente — metafórico (política, trabalho, conflitos sociais).
  • Tom coloquial; adequado para falar de situações de desproporção de forças, não para análise técnica detalhada.
  • Implica resignação ou advertência: aponta para a dificuldade, não dá solução.

Exemplos

  • Numa pequena equipa de manutenção com três pessoas e centenas de pedidos pendentes, disse-se: "quando a água benta é pouca e os diabos são muitos", para justificar atrasos nas reparações.
  • Os activistas sozinhos não conseguiram travar a obra; muitos comentaram que, "quando a água benta é pouca e os diabos são muitos", é preciso mais apoio para vencer.
  • Na reunião, o director explicou que, com orçamento reduzido e tantas tarefas novas, "não há quem os vença" — uma aplicação moderna do provérbio.
  • Num contexto religioso tradicional, quando havia poucos clérigos para atender uma comunidade numerosa, usava‑se a expressão para descrever a incapacidade de dar resposta a todas as necessidades.

Variações Sinónimos

  • Quando os meios são poucos e os inimigos muitos
  • Água benta pouca, demónios muitos
  • Não há santo que chegue

Relacionados

  • Não há santo que chegue (expressão de impotência perante tarefa grande)
  • Mais vale prevenir do que remediar (apelo à preparação para evitar desvantagem)
  • Unidos venceremos / a união faz a força (contraponto que valoriza a reunião de meios)

Contrapontos

  • A organização e a estratégia podem compensar a falta de números: uma boa liderança, tecnologia ou método eficaz podem inverter a desvantagem.
  • Qualidade pode sobrepor‑se à quantidade: poucos bem preparados podem derrotar muitos mal coordenados.
  • O provérbio tende a subestimar a capacidade de mudança social ou política — mobilizações e alianças podem alterar rapidamente o equilíbrio de forças.

Equivalentes

  • Inglês
    When holy water is scarce and the devils are many, no one can defeat them.
  • Espanhol
    Cuando el agua bendita es poca y los demonios son muchos, no hay quien los venza.
  • Francês
    Quand l'eau bénite est rare et que les démons sont nombreux, personne ne peut les vaincre.

Provérbios