Quando a bolsa está magra, aceitam-se as mulheres gordas.
Quando há escassez de recursos ou opções, aceita-se algo que normalmente se rejeitaria; aplica-se a escolhas por necessidade.
Versão neutra
Quando os recursos são poucos, aceita‑se o que está disponível.
Faqs
- O provérbio é ofensivo?
Sim. A fórmula original utiliza linguagem que objectifica e discrimina por aparência e género; é considerada sexista e desadequada em contextos formais. - Qual é o sentido principal deste provérbio?
Expressa a ideia de que, em situações de carência ou privação, as pessoas tendem a aceitar alternativas menos desejáveis por necessidade. - Ainda se usa hoje em dia?
Pode ainda ouvir‑se em registos coloquiais e entre gerações mais velhas, mas o uso está a cair devido à crescente crítica ao conteúdo ofensivo. - Como posso dizer o mesmo sem ser ofensivo?
Use versões neutras como «quando os recursos são poucos, aceita‑se o que está disponível» ou «em tempos de vacas magras, tudo se aproveita».
Notas de uso
- Provérbio coloquial e popular; reflecte uma visão pragmática sobre compromissos em épocas de privação.
- Contém linguagem sexista e body‑shaming — historicamente usado para referir‑se a casamentos ou alianças por conveniência económica.
- É considerado ofensivo por objectificar e depreciar pessoas com base no corpo e no género; deve ser evitado ou citado de forma crítica.
Exemplos
- Após o desastre económico da empresa, muitos aceitaram empregos menos qualificados — um caso em que, por falta de alternativas, se aceita o que surge.
- Por causa da crise, ela acabou por aceitar uma proposta de casamento por conveniência; como diz o provérbio, quando a bolsa está magra, aceita‑se o que antes se rejeitava.
- No mercado imobiliário, quando a oferta é escassa os compradores acomodam‑se a imóveis com menos condições do que desejariam — ilustração do mesmo princípio.
Variações Sinónimos
- Quando a bolsa está vazia, aceita‑se o que aparece.
- Em tempos de vacas magras, tudo se aproveita.
- Quem não tem escolha, não escolhe.
Relacionados
- Quem não tem cão, caça com gato.
- Em tempo de vacas magras, todos se conformam.
- A falta de pão, boas são tortas.
Contrapontos
- Reduzir decisões afectivas ou pessoais a meras necessidades económicas é simplista e ignora afectos e autonomia.
- Usar termos que denigrem corpos ou géneros perpetua estereótipos e pode ser socialmente prejudicial.
- Hoje há maior sensibilidade social e ética: relações baseadas apenas em conveniência financeira são criticadas e a linguagem depreciativa é desencorajada.
Equivalentes
- Inglês
Beggars can't be choosers. - Francês
Faute de grives, on mange des merles. - Espanhol
A falta de pan, buenas son tortas.