Quando a jabuticaba é pouca, a gente engole o caroço.
Quando os recursos ou opções são escassos, aceita-se também aquilo que tem defeito ou desagradável para obter algum benefício.
Versão neutra
Quando há pouca oferta, aceitam‑se também as partes menos desejáveis para obter algo.
Faqs
- Qual é a origem do provérbio?
Reflete a cultura popular brasileira; usa a jabuticaba — fruto típico do Brasil — como metáfora para situação de escassez. A frase circula no registo coloquial e não tem um autor conhecido. - Quando devo usar este provérbio?
Use em contextos informais para justificar ou descrever a aceitação de algo imperfeito por falta de alternativas. Evite em situações formais ou sensíveis onde aceitar condições injustas possa ser inapropriado. - O provérbio é ofensivo?
Não é intrinsecamente ofensivo; é coloquial e pode soar resignado. Contudo, pode ser mal recebido se usado para justificar exploração ou violação de direitos. - Há alternativas mais formais?
Sim. Frases como 'aceitar compromissos devido à escassez' ou 'fazer concessões por falta de alternativas' transmitem a mesma ideia sem tom coloquial.
Notas de uso
- Expressa resignação ou pragmatismo perante escassez — tanto material como de oportunidades.
- Usado coloquialmente em situações familiares, profissionais ou políticas para justificar aceitar algo imperfeito.
- Pode ter tom humorístico, crítico ou conformado, dependendo do contexto e da entoação.
- Tem forte raiz cultural brasileira por referência à jabuticaba, fruto regional.
Exemplos
- Na reunião, com um orçamento apertado, decidimos contratar a proposta mais barata: quando a jabuticaba é pouca, a gente engole o caroço.
- Durante a seca de funcionários, a equipa teve de aceitar um candidato com menos experiência; quando a jabuticaba é pouca, a gente engole o caroço.
- O sindicato rejeitou a ideia de aceitar a redução salarial, lembrando que nem sempre se deve 'engolir o caroço' só por necessidade.
Variações Sinónimos
- Quando a fruta é pouca, come‑se com caroço.
- Quem tem fome, não escolhe comida.
- Beggars can't be choosers. (equivalente em inglês)
Relacionados
- Quem não tem cão, caça com gato.
- Quem tem fome, tem pressa.
- Mais vale o sabido do que o por saber (em contextos de aceitar algo conhecível em vez de arriscar).
Contrapontos
- Recusar más condições como forma de pressão para obter algo melhor (ex.: boicote laboral).
- Guardar recursos e esperar por melhores oportunidades em vez de aceitar soluções inferiores.
- Quando se tratam de direitos fundamentais, não é sensato 'engolir o caroço' — a negociação ou recurso legal pode ser necessário.
Equivalentes
- Inglês
Beggars can't be choosers. - Espanhol
El que tiene hambre, con lo que hay come. - Francês
À ventre affamé, il n'y a pas de mauvais mets. - Alemão
Hungrige sind nicht wählerisch.