Quem a porcos há medo, as moitas lhe roncam

Quem a porcos há medo, as moitas lhe roncam.
 ... Quem a porcos há medo, as moitas lhe roncam.

Quem vive com medo ou culpa tende a imaginar ou exagerar perigos onde eles não existem.

Versão neutra

Quem tem medo dos porcos, até as moitas lhe parecem roncar.

Faqs

  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Usa‑se para comentar alguém que exagera perigos ou interpreta sinais neutros como ameaças, normalmente de forma coloquial ou crítica.
  • O provérbio é ofensivo?
    Não é inerentemente ofensivo; é uma observação sobre comportamento (medo/hipervigilância). Porém, o tom pode ser crítico se dirigido a alguém que sofre de ansiedade real.
  • Tem origem literária ou histórica conhecida?
    É um provérbio de tradição oral, provavelmente rural; não há fonte literária única conhecida que estabeleça a sua origem.

Notas de uso

  • Usa-se para advertir contra a sensibilidade excessiva ou a paranoia provocada pelo medo.
  • Aplica-se quando experiências passadas tornam uma pessoa hipervigilante perante sinais neutros.
  • Não implica que o receio seja sempre infundado; refere sobretudo à tendência de amplificar perigos.
  • Frequentemente usado em contexto coloquial e familiar; tom geralmente bem-humorado ou moralizante.

Exemplos

  • Depois do assalto à loja, o dono andava tão nervoso que, com um simples barulho na rua, lembrava‑se imediatamente de culpados — quem a porcos há medo, as moitas lhe roncam.
  • Ela já desconfiava de comentários inocentes e transformava pequenas observações em provas de hostilidade; era um caso clássico de quem tem medo e vê perigo em tudo.

Variações Sinónimos

  • Quem tem medo até das sombras
  • Quem tem telha tem medo
  • Quem já foi queimado tem medo do fogo
  • Quem tem culpa, tem medo

Relacionados

  • Mais vale prevenir do que remediar (sobre precaução justificada)
  • Quem tem tela tem medo (variante popular)
  • Quem já foi queimado sopram no leite (cautela por experiência)

Contrapontos

  • Nem todo o medo é ilusório: em situações de risco real, a prudência protege e é desejável.
  • A advertência do provérbio não valida o desprezo pela precaução; serve antes para distinguir medo excessivo de cautela necessária.
  • Em contextos profissionais ou legais, suspeitas devem ser verificadas, não apenas desvalorizadas por serem possivelmente infundadas.

Equivalentes

  • Português (literal)
    Quem tem medo dos porcos, até as moitas lhe parecerão roncar.
  • Inglês (aproximado)
    He who fears pigs will hear even the bushes snort. (literal) — Similar idea: 'Once bitten, twice shy.'
  • Espanhol (aproximado)
    Quien tiene miedo de los cerdos, hasta las zarzas le gruñen. (tradução literal)
  • Alemão (aproximado)
    Wer Angst hat, sieht Gespenster. (Quem tem medo vê fantasmas — sentido próximo)
  • Francês (aproximado)
    Qui a peur voit des fantômes. (Quem tem medo vê fantasmas — sentido próximo)