Quem chora todas as desditas alheias, acaba por perder a vista.

Quem chora todas as desditas alheias, acaba por pe ... Quem chora todas as desditas alheias, acaba por perder a vista.

Advertência contra a compaixão excessiva: quem se deixa absorver pelas infelicidades alheias fica sobrecarregado e perde discernimento ou a capacidade de agir de forma útil.

Versão neutra

Quem se compadece de todas as desgraças dos outros fica sobrecarregado e perde a capacidade de ver com clareza.

Faqs

  • Significa que não devemos ajudar os outros?
    Não. O provérbio aconselha a moderação: ajudar é valioso, mas sem se esgotar. Trata-se de preservar a capacidade de ajudar a longo prazo.
  • A frase é literal? Alguém pode ficar cego por chorar demais?
    Não é literal. 'Perder a vista' é metáfora para perda de perspetiva, fadiga emocional ou incapacidade de agir de forma eficaz.
  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Ao dar um conselho sobre limites emocionais, ao alertar alguém para o risco de burnout por envolvimento excessivo ou numa reflexão sobre empatia mal gerida.
  • Pode ser ofensivo usá-lo?
    Sim, se usado para desvalorizar sofrimento alheio ou para justificar indiferença. Deve ser aplicado com sensibilidade e no contexto adequado.

Notas de uso

  • Frase de registro popular e algo arcaico; usa-se como conselho ou advertência sobre estabelecer limites emocionais.
  • Não significa cegueira literal, mas perda de perspectiva, solidão emocional ou esgotamento (burnout).
  • Pode ser utilizado de forma crítica para desencorajar o vitimismo coletivo ou a tomada de responsabilidades alheias em excesso.
  • Há risco de ser interpretado como insensível se usado para minimizar o sofrimento alheio; usar com cuidado.

Exemplos

  • Depois de meses a acolher todos os problemas dos colegas, a Marta lembraram-lhe que 'quem chora todas as desditas alheias, acaba por perder a vista' — precisava de impor limites.
  • Ao aconselhar o voluntário, o coordenador disse: 'Ajudar é importante, mas quem chora todas as desditas alheias, acaba por perder a vista', para explicar o argumento sobre esgotamento emocional.
  • Quando o avô ouviu as queixas contínuas da vizinhança, murmurou o provérbio para sublinhar que não é saudável assumir todas as dores como suas.
  • Num debate sobre notícias sensacionalistas, alguém citou o provérbio para apontar que a exposição constante ao sofrimento alheio pode embotar a capacidade crítica.

Variações Sinónimos

  • Quem chora as desgraças alheias fica cego.
  • Quem sofre por tudo e por todos perde o próprio rumo.
  • Não te afundes em todas as mágoas dos outros.

Relacionados

  • Quem muito abraça, pouco aperta.
  • Cada um sabe de si.
  • Quem tudo quer, tudo perde.

Contrapontos

  • A empatia e a solidariedade são valores positivos; este provérbio não proíbe ajudar, apenas aconselha equilíbrio para evitar esgotamento.
  • Em contextos de responsabilidade profissional (saúde, assistência social), sentir e responder ao sofrimento alheio faz parte do trabalho; a solução é formação e apoio, não indiferença.
  • Em sociedades com redes de apoio fracas, desencorajar o envolvimento pode agravar a exclusão; o provérbio deve ser ponderado conforme o contexto.

Equivalentes

  • Inglês
    Don't let other people's problems consume you. / You can't pour from an empty cup.
  • Espanhol
    Quien llora todas las desgracias ajenas termina cegado.
  • Francês
    Qui pleure tous les malheurs des autres finit par perdre la vue.