Quem com os braços não pode, com os dentes acode.
Quando os meios habituais falham, recorre‑se a soluções alternativas e improvisadas.
Versão neutra
Se não consegues resolver algo com os meios normais, arranjas uma solução alternativa com os recursos disponíveis.
Faqs
- Qual é a ideia principal deste provérbio?
Que, perante a falta de meios habituais, as pessoas costumam recorrer a soluções alternativas e improvisadas para resolver um problema. - Em que contextos posso usar este provérbio?
Usa‑se em contextos informais para comentar improvisação ou adaptação diante de dificuldades, tanto de forma literal (fazer algo com os dentes) como metafórica. - É adequado usar este provérbio na escrita formal?
Por ser de registo popular, funciona melhor em oralidade ou textos informais. Em documentos formais é preferível uma formulação neutra sobre adaptação ou soluções alternativas. - Tem conotações negativas?
Pode implicar falta de meios ou soluções pouco elegantes; usar‑se para justificar práticas arriscadas ou antiéticas não é aconselhável. - Há uma origem histórica conhecida?
Não há registo preciso da origem; pertence à tradição oral, comum em ambientes rurais e no falar popular.
Notas de uso
- Expressa recurso à criatividade ou a recursos menos elegantes quando falta o meios normais.
- Registo: popular e informal; usado tanto literal como metaforicamente.
- Não recomenda automaticamente práticas perigosas ou antiéticas; é uma observação sobre adaptação, não uma aprovação irrestrita.
Exemplos
- Quando a chave de fendas quebrou e não havia outra, ela segurou a peça com a mão e apertou com o alicate improvisado — quem com os braços não pode, com os dentes acode.
- Perdemos a bateria do projector antes da reunião; tivemos de projetar as imagens no ecrã do laptop — quem com os braços não pode, com os dentes acode.
- Na aldeia, quando a máquina avariou e não havia técnico, os vizinhos resolveram o problema à medida do possível: a necessidade fez‑lhes arranjar uma solução provisória.
Variações Sinónimos
- Quem não pode com força, usa o engenho.
- A necessidade aguça o engenho.
- Faz‑se o que há.
Relacionados
- A necessidade aguça o engenho (proverbo conexo)
- Fazer das tripas coração (agir apesar das dificuldades)
- Desenrascar (expressão portuguesa com sentido próximo)
Contrapontos
- Improvisar pode ser arriscado: nem todas as soluções alternativas são seguras ou legais.
- Recorrer a métodos 'à pressa' pode comprometer qualidade ou provocar danos; por vezes é melhor adiar ou procurar ajuda profissional.
- Usar o provérbio para justificar práticas antiéticas ou perigosas não é recomendável.
Equivalentes
- inglês
If you can't do it the usual way, make do with what you've got / Make the best of things. - espanhol
Quien no puede con los brazos, con los dientes se apaña. / A falta de pan, buenas son tortas (sentido próximo). - francês
Faute de mieux, on se débrouille (ou «faire avec les moyens du bord»). - alemão
Wenn man mit den Händen nicht kann, muss man mit dem Verstand improvisieren. (Não existe equivalente literal comum.)