Quem de empreitada deu, que culpa tenho eu ?
Declaração de isenção de responsabilidade: quem contratou ou delegou uma tarefa não pode depois culpar o executor.
Versão neutra
Quem contratou ou delegou a obra/serviço não me pode culpar pelo resultado.
Faqs
- O provérbio significa que nunca se deve assumir culpa?
Não necessariamente. Significa que a pessoa alega não ser responsável porque a decisão ou contratação foi feita por outro; contudo, em termos legais ou éticos, a responsabilidade pode permanecer com quem delegou ou com quem fiscalizou. - Quando é apropriado usar esta expressão?
Em contextos informais para indicar que a culpa recai sobre quem contratou/mandou. Em contextos formais deve‑se ter cuidado, pois não substitui explicações técnicas nem exime responsabilidades legais. - Há uma origem conhecida para este provérbio?
A origem é incerta; trata‑se de um registo popular ligado a práticas de empreitada e contratação, frequente em zonas rurais e entre ofícios.
Notas de uso
- Utiliza‑se quando alguém quer afastar a responsabilidade por um resultado que foi previamente delegado ou contratado por outra pessoa.
- Tem tom defensivo: justifica‑se a falta de culpa própria ao apontar quem tomou a decisão original.
- Pode surgir em contextos informais, judiciais e laborais; em contextos formais a invocação não elimina responsabilidade de fiscalização.
Exemplos
- O empreiteiro disse: «Quem de empreitada deu, que culpa tenho eu?» quando o dono lhe pediu explicações sobre atrasos que resultaram de materiais encomendados por este.
- Ao ser acusado pelo supervisor, Maria respondeu: «Quem de empreitada deu, que culpa tenho eu?», lembrando que foi o chefe que aplicou o contrato a terceiros.
Variações Sinónimos
- Quem de empreitada deu, não me culpes.
- Quem contratou, que responda.
- Quem delegou a tarefa que arque com as consequências.
- Se foi entregue por empreitada, não é minha culpa.
Relacionados
- Quem contratou, que pague (variante sobre responsabilidade financeira).
- Quem manda, paga (refere responsabilidade de quem ordena).
Contrapontos
- Mesmo quando uma tarefa é delegada, o mandante pode manter responsabilidade pela supervisão e pelo resultado final.
- Em termos legais, quem contrata pode ter deveres de fiscalização; dizer "não é minha culpa" não elimina responsabilidades contratuais ou civis.
- Culturalmente, esta expressão pode ser vista como uma tentativa de passar a culpa adiante em vez de assumir compromissos.
Equivalentes
- Inglês (aprox.)
"If someone outsourced it, what fault of mine is it?" (approximate equivalent; conveys shifting of responsibility) - Espanhol (aprox.)
"Quien lo entregó por obra, ¿qué culpa tengo yo?" / "Quien contrató, que responda."