Quem faz força, é o boi; quem geme, é o carro.
Quem suporta o esforço raramente recebe tanto reconhecimento quanto quem se queixa ou aparece — o trabalho fica com quem o faz, a atenção com quem gemer/queixar-se.
Versão neutra
Quem trabalha suporta o esforço; quem reclama recebe a atenção.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio?
Significa que quem realiza o trabalho pesado costuma ficar sem reconhecimento, enquanto quem reclama ou aparece pode receber mais atenção ou crédito. - Quando é adequado usar este provérbio?
Em conversas informais para apontar injustiça na atribuição de créditos ou atenção. Deve evitar‑se quando a queixa é legítima ou quando se pretende empatia. - Tem origem conhecida?
Tem origem popular e rural, fruto da observação do trabalho com bois e carroças; não existe autoria documentada. - É ofensivo?
Não é intrinsecamente ofensivo, mas pode soar insensível se usado para desvalorizar queixas legítimas de pessoas em dificuldade.
Notas de uso
- Usa‑se para criticar a tendência de dar atenção ou crédito a quem demonstra queixa ou visibilidade, em vez de reconhecer quem executa o trabalho.
- Tom frequentemente irónico ou censurador; popular em contextos informais (família, trabalho, política local).
- Não é apropriado quando a queixa é legítima ou quando se pretende proteger quem trabalha de condições injustas — pode parecer insensível.
- Remete para um contexto rural/antigo, mas o sentido transfere‑se facilmente para situações contemporâneas de distribuição de créditos e responsabilidades.
Exemplos
- Na reunião de equipa ninguém agradeceu às pessoas que fizeram os relatórios: quem faz força é o boi; quem geme é o carro.
- Quando a obra ficou pronta foram os visíveis que levaram o louvor, embora o esforço tivesse sido dos operários — aplica‑se o provérbio: quem faz força, é o boi; quem geme, é o carro.
Variações Sinónimos
- O boi puxa e a carroça é que geme.
- Quem trabalha é que sofre; quem reclama é que aparece.
- Quem trabalha, trabalha; quem grita, leva atenção.
Relacionados
- Quem parte e reparte fica com a melhor parte (sobre injustiça na divisão de benefícios).
- O que não aparece, não conta (sobre visibilidade e reconhecimento).
- A voz que mais se ouve leva o trato (sobre dar atenção aos que reclamam).
Contrapontos
- Nem sempre quem reclama tem menos trabalho — a queixa pode ser justa e necessária para corrigir abusos.
- Valorizar quem faz o trabalho é uma postura de justiça; o provérbio alerta para um problema, mas não resolve a desigualdade de reconhecimento.
- Em equipas saudáveis, crédito e responsabilidades devem ser partilhados; o provérbio ajuda a identificar um padrão, não a justificá‑lo.
Equivalentes
- inglês
The squeaky wheel gets the grease; literally: the ox pulls, the cart creaks. - espanhol
El buey hace fuerza y el carro se queja. - francês
C'est le bœuf qui tire et la charrette qui geint. - alemão
Der Ochse zieht, der Wagen klappert.