Conselho para deixar que quem deseja mal acabe por sofrer as consequências; confiar que o tempo ou as próprias ações trarão a reparação.
Versão neutra
Se alguém te quiser mal, deixa-o; mais cedo ou mais tarde sofrerá as consequências.
Faqs
Quando é apropriado usar este provérbio? É apropriado em situações de pequenas ofensas, intrigas ou provocações em que intervir ou reagir poderia agravar o conflito. Indica preferência por deixar que as consequências naturais façam justiça.
Significa que nunca se deve responder a quem nos faz mal? Não. O provérbio aconselha moderação e confiança nas consequências naturais, mas não justifica inação perante crimes, violência ou injustiças que exijam proteção ou intervenção.
É um provérbio comum em Portugal hoje? A forma dada é arcaica e regional; a ideia subjacente (deixar o tempo resolver e que cada um colhe o que semeia) é comum e encontra-se em muitos provérbios modernos.
Notas de uso
Expressão usada para indicar que não vale a pena contrariar ou perseguir quem deseja mal; é preferível aguardar as consequências.
Forma arcaica: a construção e a pontuação podem variar (por ex.: “Quem mal te quiser, à noite o vá buscar”).
Não implica necessariamente passividade moral em todas as situações — em contextos de injustiça grave pode ser inadequado aplicar este conselho.
Usa-se sobretudo em situações de ofensas, calúnias ou intenções maliciosas que se espera que se revertam por si só.
Exemplos
Quando o colega espalhou boatos, ela não entrou em confrontos; disse apenas que quem mal quiser cear, à noite o vá buscar e deixou o assunto para o tempo resolver.
Na disputa entre vizinhos preferiram não responder às provocações — confiaram que quem faz mal encontrará problemas por si mesmo.
Variações Sinónimos
Quem mal quiser, que o vá buscar à noite.
Deixa que o tempo trate disso.
Cada um colhe o que semeia.
Quem semeia ventos, colhe tempestades.
Relacionados
Deixar andar
Cada um colhe o que semeia
Não alimentar o fogo das intrigas
Contrapontos
Mais vale prevenir do que remediar — quando a ação preventiva evita dano, não é sensato aguardar passivamente.
Intervir para proteger vítimas — em situações de violência ou abuso, a passividade pode ser danosa e ilegítima.
Responsabilidade civicá e moral de não normalizar injustiças por simplesmente esperar consequências futuras.
Equivalentes
Inglês Let him who wishes you harm reap the consequences (similar to "He who sows the wind shall reap the whirlwind").
Espanhol Quien mal te quiere, que lo vaya a buscar (variante popular) / Quien siembra vientos recoge tempestades.
Francês Qui sème le vent récolte la tempête (equivalente moral sobre consequências).
Latim Quod seminas, metes (o que semeias, colherás).