Quem mata uma mosca em Abril, mta mais de mil
Um acto pequeno e cruel ou errado revela uma inclinação que pode levar a actos muito maiores; sinal precoce do carácter de alguém.
Versão neutra
Um pequeno acto errado ou cruel pode anunciar actos muito piores no futuro.
Faqs
- Qual é o sentido deste provérbio?
Significa que um acto pequeno e moralmente reprovável pode indicar uma tendência para actos piores no futuro; serve como advertência para intervir cedo. - Serve para justificar matar insectos?
Não. O provérbio é metafórico e dirige‑se a comportamentos humanos; em contextos de saúde pública ou controlo de pragas não se deve tirar conclusões morais automáticas. - Quando é apropriado usar‑lo?
Quando se quer alertar para a escalada de más acções ou a importância de não ignorar pequenos sinais de comportamento anti‑ético ou cruel. - Tem origem conhecida?
A origem exacta não é documentada; trata‑se de um ditado popular com variantes regionais que circula oralmente.
Notas de uso
- Usa‑se para advertir que um gesto aparentemente insignificante pode prenunciar comportamentos mais graves.
- Aplicável sobretudo em situações morais ou éticas (crueldade, desonestidade, abuso), não em contextos de controlo de pragas.
- Registo coloquial; frequente em conversas familiares ou críticas sociais, menos em linguagem formal ou académica.
- Evitar uso literal: matar insectos por necessidade sanitaria não implica necessariamente carácter cruel.
Exemplos
- Quando começou a ridicularizar colegas sem motivo, pensaram: quem mata uma mosca em Abril, mata mais de mil — seria capaz de prejuízos ainda maiores.
- No debate sobre corrupção, o velho argumento reapareceu: punir pequenos abusos cedo, porque quem mata uma mosca em Abril pode vir a causar danos muito maiores.
Variações Sinónimos
- Quem começa por pouco acaba por fazer muito.
- Um pequeno sinal de crueldade antecipa maiores crueldades.
- Se mostra impunidade no pouco, fará pior no muito.
Relacionados
- Quem semeia ventos colhe tempestades (sobre consequências progressivas)
- O hábito faz o monge (sobre formação de carácter)
- Melhor prevenir do que remediar (sobre agir cedo)
Contrapontos
- A observação de um acto isolado nem sempre permite inferir o carácter permanente de alguém; pode ter sido um lapso.
- Em contextos de higiene ou saúde pública, matar insectos não carrega a mesma carga moral; o provérbio não se aplica literalmente.
- Julgar cedo pode levar a erros: intervenções corretas e educação podem impedir a escalada de comportamentos.
Equivalentes
- inglês
Literal: "He who kills a fly in April will kill a thousand more." (sentido aproximado: a pequena crueldade anuncia maiores crueldades) - inglês
Approximate: "Give him an inch and he'll take a mile." (sobre tendência a escalar um comportamento a partir de permissividade) - espanhol
Literal: "Quien mata una mosca en abril, matará más de mil." (uso e sentido semelhantes) - francês
Literal: "Qui tue une mouche en avril en tuera mille." (transmissão do mesmo aviso sobre carácter)