Quem não tem que fazer, faz colheres, que está o pau barato.

Quem não tem que fazer, faz colheres, que está o ... Quem não tem que fazer, faz colheres, que está o pau barato.

A falta de ocupação leva as pessoas a inventar ou a dedicar-se a tarefas simples ou pouco importantes; aproveita-se a facilidade de materiais ou meios disponíveis.

Versão neutra

Quem não tem ocupação dedica-se a fazer colheres porque a madeira está barata.

Faqs

  • Qual é a origem do provérbio?
    A origem exacta não é documentada; trata-se de sabedoria popular provavelmente rural, que combina observação social (ócio) com referências materiais (madeira barata).
  • O provérbio é ofensivo?
    Em geral não é ofensivo, mas tem um tom crítico ou jocoso. Pode ser interpretado como censura se dirigido a alguém que procura ocupar-se por necessidade.
  • Posso usar o provérbio em contextos formais?
    É informal e mais adequado a conversas coloquiais ou textos sobre cultura popular; em contextos formais convém preferir linguagem mais neutra.
  • Existe uma leitura positiva deste ditado?
    Sim: pode valorizar a iniciativa e a aprendizagem prática, indicando que a ocupação improvisada pode levar ao desenvolvimento de competências.

Notas de uso

  • Expressão coloquial, típica de ambiente rural e familiar; usada para comentar ócio transformado em actividade trivial.
  • Tem tom crítico ou jocoso: pode censurar a pessoa por perder tempo ou desculpar uma actividade menor por falta de alternativas.
  • Refere-se também à disponibilidade de recursos (o "pau barato") que facilita a ocupação com tarefas manuais.
  • Em contextos modernos, aplica-se metaforicamente a situações de trabalho, lazer ou atividades improdutivas.

Exemplos

  • Quando a fábrica fechou por um mês, muitos operários começaram a reparar móveis e a fazer colheres — como se diz, quem não tem que fazer, faz colheres, que está o pau barato.
  • Ele passa as tardes a arrumar papéis e a redesenhar relatórios inúteis; a família comenta: quem não tem que fazer, faz colheres.

Variações Sinónimos

  • Quem não tem nada que fazer inventa trabalho.
  • Mãos ociosas arranjam ocupação.
  • Ocioso inventa tarefa.

Relacionados

  • Mãos ociosas trabalham para o diabo (equivalente moralizante)
  • Quem não tem cão, caça com gato (diferente, mas sobre adaptação)
  • O trabalho dignifica (contra a ideia de inutilidade)

Contrapontos

  • A prática pode tornar-se útil: quem "faz colheres" pode aprender uma habilidade artesanal valiosa.
  • Nem toda ocupação improvisada é inútil; algumas criam valor ou aliviam o tédio de forma construtiva.
  • O ditado pode subestimar contextos em que há falta de emprego formal e a actividade é uma resposta económica.

Equivalentes

  • inglês
    Idle hands are the devil's workshop.
  • espanhol
    Manos ociosas, obra del diablo.
  • francês
    L'oisiveté est mère de tous les vices.

Provérbios