Quem não tem que fazer, faz colheres, que está o pau barato.
Quem não tem que fazer, faz colheres, que está o pau barato.
A falta de ocupação leva as pessoas a inventar ou a dedicar-se a tarefas simples ou pouco importantes; aproveita-se a facilidade de materiais ou meios disponíveis.
Versão neutra
Quem não tem ocupação dedica-se a fazer colheres porque a madeira está barata.
Faqs
Qual é a origem do provérbio? A origem exacta não é documentada; trata-se de sabedoria popular provavelmente rural, que combina observação social (ócio) com referências materiais (madeira barata).
O provérbio é ofensivo? Em geral não é ofensivo, mas tem um tom crítico ou jocoso. Pode ser interpretado como censura se dirigido a alguém que procura ocupar-se por necessidade.
Posso usar o provérbio em contextos formais? É informal e mais adequado a conversas coloquiais ou textos sobre cultura popular; em contextos formais convém preferir linguagem mais neutra.
Existe uma leitura positiva deste ditado? Sim: pode valorizar a iniciativa e a aprendizagem prática, indicando que a ocupação improvisada pode levar ao desenvolvimento de competências.
Notas de uso
Expressão coloquial, típica de ambiente rural e familiar; usada para comentar ócio transformado em actividade trivial.
Tem tom crítico ou jocoso: pode censurar a pessoa por perder tempo ou desculpar uma actividade menor por falta de alternativas.
Refere-se também à disponibilidade de recursos (o "pau barato") que facilita a ocupação com tarefas manuais.
Em contextos modernos, aplica-se metaforicamente a situações de trabalho, lazer ou atividades improdutivas.
Exemplos
Quando a fábrica fechou por um mês, muitos operários começaram a reparar móveis e a fazer colheres — como se diz, quem não tem que fazer, faz colheres, que está o pau barato.
Ele passa as tardes a arrumar papéis e a redesenhar relatórios inúteis; a família comenta: quem não tem que fazer, faz colheres.
Variações Sinónimos
Quem não tem nada que fazer inventa trabalho.
Mãos ociosas arranjam ocupação.
Ocioso inventa tarefa.
Relacionados
Mãos ociosas trabalham para o diabo (equivalente moralizante)
Quem não tem cão, caça com gato (diferente, mas sobre adaptação)
O trabalho dignifica (contra a ideia de inutilidade)
Contrapontos
A prática pode tornar-se útil: quem "faz colheres" pode aprender uma habilidade artesanal valiosa.
Nem toda ocupação improvisada é inútil; algumas criam valor ou aliviam o tédio de forma construtiva.
O ditado pode subestimar contextos em que há falta de emprego formal e a actividade é uma resposta económica.