Quem o alheio veste na praça pública o despe.
Adverte contra exibir em público algo que não nos pertence: fazê-lo expõe o proprietário e pode prejudicá‑lo ou pôr a descoberta sobre o empréstimo/atribuição indevida.
Versão neutra
Quem usa em público algo que não é seu prejudica quem o possuía e arrisca a descoberta ou a exposição.
Faqs
- O provérbio implica sempre malícia por parte de quem exibe o alheio?
Não necessariamente. O provérbio alerta para as consequências da exibição pública de algo que não é nosso; a intenção pode variar (ignorância, distração, malícia), mas o foco é o risco e o prejuízo potencial ao dono. - Pode aplicar‑se a situações online, como nas redes sociais?
Sim. Partilhar ou atribuir publicamente conteúdos, criações ou bens alheios sem crédito ou acordo pode prejudicar o autor original e enquadra‑se bem no provérbio. - É ofensivo usar este provérbio sobre alguém?
Depende do contexto e da intenção. Usá‑lo como crítica factual e fundamentada é aceitável; usá‑lo como insulto desprovido de razão pode ser considerado ofensivo. - Tem origem conhecida histórica?
Não há fonte histórica específica documentada para este provérbio no enunciado fornecido; parece derivar da sabedoria popular sobre propriedade e reputação.
Notas de uso
- Usa‑se para criticar quem ostenta bens, títulos ou créditos que não lhe pertencem; há uma componente moral sobre honestidade e respeito pela propriedade alheia.
- Aplica‑se tanto a objetos materiais (roupas, carros) como a atributos intangíveis (méritos, cargos, autoria).
- Implica que a exibição pública aumenta o risco de descoberta e prejuízo para o dono original.
- Não se aplica quando o proprietário consentiu na cedência pública (ex.: empréstimo combinado, promoção conjunta).
Exemplos
- O deputado apareceu na televisão a gabar‑se com a ideia de outro grupo; quem o alheio veste na praça pública o despe — ficou evidente que não era sua e perdeu credibilidade.
- Mariana levou o vestido emprestado para a festa e posou nas redes sociais sem referir o empréstimo. Quando o dono precisou dele, foi apanhado desprevenido — quem o alheio veste na praça pública o despe.
- A start‑up anunciou como sua uma tecnologia licenciada sem nomear o fornecedor; a divulgação pública trouxe investigações e responsabilidades ao titular original.
Variações Sinónimos
- Quem veste roupa alheia em praça pública desfaz o dono.
- Quem ostenta o que não é seu acaba por prejudicar o legítimo proprietário.
- Não ostentes o emprestado em público sem acordo.
Relacionados
- Quem muito empresta perde o amigo e o dinheiro (relacionado ao risco de perda por empréstimos).
- Não chores sobre o leite derramado (sobre consequências previsíveis de ações).
- A parra boa dá bom vinho (sobre responsabilidade e proveniência dos bens/atributos).
Contrapontos
- Se o proprietário autorizou expressamente a exibição pública, o risco e a censura aí referidos não são aplicáveis.
- Em contextos promocionais, a divulgação conjunta pode beneficiar tanto quem empresta como quem recebe o empréstimo.
- Nem todas as aparências emprestadas implicam engano; usar roupa emprestada em eventos formais é prática aceitável quando há consentimento.
Equivalentes
- English
He who wears another's clothes in public strips him (literal). Closest concept: displaying what is not yours publicly can expose or harm the rightful owner. - Español
Quien viste de lo ajeno en plaza pública lo deja descubierto (traducción literal); advierte sobre exhibir lo que no es propio. - Français
Qui porte en public le vêtement d'autrui l'expose (traduction littérale) — mise en garde contra l'ostentation d'objets ou mérites empruntados.