Quem quiser mal à vizinha, dê‑lhe em Maio uma sardinha, e em Agosto, a

Quem quiser mal à vizinha, dê-lhe em Maio uma sa ... Quem quiser mal à vizinha, dê-lhe em Maio uma sardinha, e em Agosto, a vindima

Advertência contra a generosidade calculada: dar pequenas vantagens em momentos certos pode ser forma de manipular ou tornar alguém dependente para depois causar-lhe dano.

Versão neutra

Quem quiser mal ao vizinho, dê‑lhe em maio uma sardinha e, em agosto, a vindima

Faqs

  • O provérbio é contra oferecer ajuda?
    Não necessariamente. A expressão denuncia ajudas calculadas com segundas intenções; não condena a ajuda desinteressada.
  • Por que aparecem a sardinha e a vindima?
    São imagens sazonais da vida rural: a sardinha representa um produto do mar e a vindima a colheita da vinha — ambos sinais de oferta em épocas específicas.
  • Posso usar o provérbio de forma moderna?
    Sim. Serve para criticar gestos corporativos, políticos ou pessoais de generosidade estratégica; adapta‑se bem a contextos não rurais.

Notas de uso

  • Provérbio de origem rural, com imagens sazonais (sardinha, vindima) que eram relevantes nas comunidades agrícolas e piscatórias.
  • Usa‑se muitas vezes de forma irónica ou crítica para descrever gestos de aparente bondade que têm segundas intenções.
  • É considerado pertencente ao repertório popular e pode soar antiquado noutras regiões ou contextos urbanos.
  • A referência a “vizinha” é tradicional e não implica necessariamente género na interpretação moderna; transmite a ideia de um terceiro próximo (vizinho/a).

Exemplos

  • O empresário ofereceu bónus pontuais aos funcionários só para os controlar — como diz o provérbio, quem quer mal ao vizinho dá‑lhe presentes estratégicos.
  • Na discussão sobre subvenções, lembraram‑se do ditado: não aceites favores que venham com condições ocultas; às vezes a generosidade é manobra.

Variações Sinónimos

  • Quem quer mal ao próximo, dá‑lhe migalhas em tempos certos
  • Dar pequenas esmolas para depois exigir favores
  • Oferecer presentes para criar dependência

Relacionados

  • Dar o peixe e não ensinar a pescar
  • Dar com uma mão e tirar com a outra
  • Quem dá, não se lembra; quem recebe, não esquece

Contrapontos

  • A génese da generosidade nem sempre é manipuladora: muitas ofertas sazonais são genuínas e comunitárias.
  • Em comunidades rurais, trocar produtos na época própria era prática de solidariedade, não manipulação.
  • Exigir má intenção a toda oferta pode levar ao cinismo; avaliar cada caso pelo contexto é prudente.

Equivalentes

  • English
    Who wishes ill to the neighbour, gives a sardine in May and the harvest in August (i.e. calculated generosity to harm).
  • Español
    Quien quiere mal a la vecina, le da en mayo una sardina y en agosto la vendimia.
  • Français
    Qui veut du mal au voisin lui donne une sardine en mai et les vendanges en août.