Quem se omite, permite.
A omissão perante uma injustiça ou situação crítica é muitas vezes interpretada como consentimento ou cumplicidade.
Versão neutra
A omissão pode ser interpretada como consentimento.
Faqs
- Este provérbio tem validade legal?
Não automaticamente. A ideia tem raízes no direito romano e aparece em certos regimes legais, mas a sua aplicação depende do sistema jurídico, do contexto e de normas processuais que exigem consentimento expresso em muitos casos. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Ao criticar a passividade diante de injustiças ou irregularidades e ao incentivar intervenção coletiva. Deve‑se ter cuidado em contextos onde a omissão tem causas legítimas (medo, ignorância, coerção). - O provérbio dá‑me o direito de acusar alguém de cúmplice se ficar calado?
Moralmente pode servir para apontar responsabilidade, mas acusar formalmente alguém de cumplicidade exige prova e consideração do contexto; o provérbio não substitui avaliação factual. - Qual é a origem desta expressão?
Tem origem na máxima latina 'Qui tacet consentire videtur' (quem cala consente), utilizada em direito romano; com o tempo tornou‑se expressão corrente em várias línguas.
Notas de uso
- Usa‑se para apontar responsabilidade moral ou social quando alguém deixa de intervir perante algo errado.
- É recorrente em contextos políticos, organizacionais, familiares e cívicos para incentivar ação ou denúncia.
- Não é uma norma jurídica universal: em direito e em situações concretas, o silêncio nem sempre implica consentimento.
- Convém evitar aplicá‑lo automaticamente quando a omissão resulta de medo, incapacidade, falta de informação ou coerção.
Exemplos
- Quando os colegas viram irregularidades na contabilidade e nada disseram, aplica‑se a ideia de que quem se omite, permite; depois todos foram responsabilizados.
- Numa reunião municipal, a maioria manteve‑se calada perante a proposta polémica — a atitude foi criticada com o provérbio 'Quem se omite, permite.'
- Se presencias bullying na escola e não denuncias, podes ser visto como cúmplice; por isso muitas campanhas lembram que quem se omite, permite.
Variações Sinónimos
- Quem cala consente.
- Silêncio é consentimento.
- Quem não se manifesta, aceita.
- Quem nada diz, dá o seu aval.
Relacionados
- Qui tacet consentire videtur (forma latina)
- A lei do silêncio (no sentido moral e social)
- Responsabilidade por omissão (conceito ético/jurídico)
Contrapontos
- O silêncio pode resultar de medo, ameaças ou coação e, nesses casos, não deve ser equiparado a consentimento.
- Em alguns processos legais é necessário um ato explícito de concordância; a omissão não substitui uma declaração formal.
- A análise do contexto é essencial: ausência de ação por desconhecimento não equivale necessariamente a aprovação.
Equivalentes
- Inglês
Silence implies consent. / He who remains silent consents. - Espanhol
Quien calla otorga. - Francês
Qui se tait consent. - Alemão
Wer schweigt, stimmt zu.