Quem se vai, não é bom para odre.
Expressa desconfiança ou desvalorização de quem abandona um lugar, tarefa ou vínculo; quem se vai não inspira confiança nem continuidade.
Versão neutra
Quem abandona um lugar ou responsabilidade não merece confiança.
Faqs
- O que significa 'odre' neste provérbio?
'Odre' é uma pele preparada para guardar vinho ou líquidos (wineskin). No provérbio, funciona como imagem do que é confiável ou útil; dizer que alguém 'não é bom para odre' é dizer que não serve para manter ou cuidar disso. - Quando posso usar este provérbio?
Usa-se em contextos coloquiais para comentar a falta de confiança ou de fiabilidade de quem abandona um lugar, uma tarefa ou um grupo. Evita-se em situações onde a saída foi justificável ou sensível. - É ofensivo usar este provérbio?
Não é directamente ofensivo, mas tem uma conotação julgadora. Pode magoar quem deixou uma situação por razões legítimas, pelo que convém avaliar o contexto antes de usar. - Este provérbio tem origem histórica conhecida?
Não existe documentação precisa da sua origem. É um provérbio popular que usa imagem rural antiga e passou oralmente entre gerações.
Notas de uso
- Registo: coloquial e tradicional; mais frequente em discursos populares e familiares.
- Contexto: usado para justificar desconfiança em relação a alguém que abandona responsabilidades, emprego, família ou grupo.
- Vocabulario: 'odre' é palavra antiga para pele usada como garrafa (wineskin); pode ser desconhecida para alguns falantes modernos.
- Conotação: conservadora/julgadora — pode ser considerada injusta em situações em que a saída é legítima (ex.: fugir de violência, procurar melhores condições).
Exemplos
- O João saiu da empresa no momento em que mais precisava da equipa; por isso, muitos dizem que 'quem se vai, não é bom para odre' e desconfiam da sua lealdade.
- Quando a vizinhança precisava de organização, a Maria foi-se embora; agora usam o provérbio para explicar por que não a convidam para liderar novos projectos.
Variações Sinónimos
- Quem se foi não é bom para odre.
- Quem se vai não serve para odre.
- Quem abandona, não é de confiança.
Relacionados
- Quem sai à guerra perde o lugar (proverbial: quem abandona perde a posição)
- El que se fue a Sevilla perdió su silla (provérbio espanhol de ideia próxima)
Contrapontos
- Sair pode ser uma decisão legítima e necessária (por segurança, saúde, emprego); o provérbio generaliza e pode culpar indevidamente quem parte.
- Em contextos modernos, mobilidade e mudança são frequentemente valorizadas; abandonar um lugar nem sempre implica falta de caráter.
Equivalentes
- espanhol
El que se fue a Sevilla perdió su silla. - inglês
Once a quitter, always a quitter (aproximação no sentido de não confiar em quem desiste/abandona).