Quem tem fome, cardos come.
Quem está numa necessidade aceita o que encontrar, mesmo que seja de má qualidade.
Versão neutra
Quem tem necessidade aceita o que há disponível.
Faqs
- O que significa exatamente 'Quem tem fome, cardos come'?
Significa que alguém em necessidade aceita o que está disponível, mesmo que seja de má qualidade ou desagradável. - Em que contextos se usa este provérbio?
Usa-se em situações de privação, carência ou urgência, para descrever resignação pragmática ou falta de alternativas. - É aceitável usar este provérbio para justificar más condições de trabalho ou exploração?
De forma crítica: o provérbio descreve um facto social, mas não é uma justificação ética para exploração. Usá‑lo para validar práticas injustas pode ser insensível.
Notas de uso
- Registro: informal, usado em conversas do dia a dia e textos de tom coloquial.
- Contexto: descreve resignação ou pragmatismo quando há carência ou urgência.
- Tom: pode ser neutro ou crítico, dependendo do contexto — por vezes usado para justificar escolhas por falta de alternativa.
- Cuidado: usar o provérbio para justificar condições injustas (exploração, pobreza) pode ser visto como insensível.
Exemplos
- Com o mercado fechado e a despensa vazia, Maria pegou a primeira coisa comestível: 'Quem tem fome, cardos come', disse ela, resignada.
- Quando a equipa teve de aceitar um contrato menos vantajoso porque precisava do trabalho, comentaram: 'Quem tem fome, cardos come.'
- Os habitantes da aldeia comeram as raízes amargas durante a seca — um exemplo literal do provérbio: quem tem fome, cardos come.
Variações Sinónimos
- Quem tem fome come cardos
- Quem tem fome come o que há
- À falta de pão, boas são as tortas
- Quem não tem cão, caça com gato (semelhante no sentido de aceitar o que está disponível)
Relacionados
- À falta de pão, boas são as tortas
- Quem não tem cão, caça com gato
- A necessidade aguça o engenho
Contrapontos
- Não deve servir para justificar exploração ou condições degradantes: necessidade não elimina direitos.
- Em alguns contextos, recusar uma opção ruim é uma forma legítima de defesa da dignidade.
- Política social moderna procura soluções que evitem que as pessoas 'tenham de comer cardos'.
Equivalentes
- inglês
Beggars can't be choosers. - espanhol
A falta de pan, buenas son tortas. - francês
Faute de grives, on mange des merles.