Quem tem fome, não olha o que come.
A necessidade leva a aceitar o que está disponível, sem escolha ou critério.
Versão neutra
Quem precisa muito, aceita o que há.
Faqs
- Quando se usa este provérbio?
Usa-se quando alguém aceita algo pouco apetecível ou inadequado por estar em necessidade imediata — por exemplo comida simples por muita fome ou trabalho temporário por falta de alternativas. - O provérbio é ofensivo para pessoas em situação de pobreza?
O provérbio em si descreve um comportamento; pode, todavia, ser percebido como insensível se usado para justificar ou minimizar situações de privação estrutural. É prudente evitar usá‑lo de forma a culpar quem sofre necessidade. - Tem origem histórica conhecida?
Não há autoria nem data concretas; faz parte da sabedoria popular transmitida oralmente na tradição lusófona.
Notas de uso
- Usa-se para justificar a aceitação de algo menos desejável devido à urgência ou carência.
- Adequado em contextos informais e coloquiais; em discursos formais pode soar insensível se usado sobre situações de privação real.
- Não pretende minimizar causas estruturais da pobreza; refere-se ao comportamento individual em situação de necessidade.
Exemplos
- Depois de horas de viagem sem restaurantes, quem tem fome não olha o que come e comeu a primeira sandes que encontrou.
- Perante uma oferta de trabalho urgente e com poucas alternativas, lembrou-se do provérbio: quem tem fome não olha o que come, e aceitou o emprego temporário.
- Num jantar improvisado, as crianças comeram tudo sem escolher: quando se está com muita fome, não se olha o que se come.
Variações Sinónimos
- Quem tem fome não escolhe o que come
- Quem tem fome não olha a comida
- Na fome não há escolha
Relacionados
- Quem não tem cão, caça com gato (há que se adaptar ao que se tem)
- A cavalo dado não se olha o dente (não se deve recusar um benefício por pequenos defeitos)
Contrapontos
Equivalentes
- inglês
Beggars can't be choosers. - espanhol
A falta de pan, buenas son tortas. (outras variantes regionais)