Ruim com ele, pior sem ele.
Expressa a ideia de que uma pessoa ou situação conhecida e incómoda é preferível a uma alternativa desconhecida que pode ser ainda pior.
Versão neutra
Melhor manter algo imperfeito e conhecido do que arriscar uma alternativa potencialmente pior.
Faqs
- O que significa este provérbio?
Significa que se prefere manter uma pessoa ou situação conhecida, ainda que imperfeita, porque a alternativa incerta pode ser pior. - Quando é apropriado usá-lo?
Quando se avalia uma escolha entre uma situação conhecida com problemas e uma alternativa desconhecida ou arriscada; serve para justificar cautela pragmática. - É um conselho sempre válido?
Não. Pode ser útil para evitar riscos desnecessários, mas também pode justificar estagnação ou aceitarem-se abusos. Avaliar contexto e alternativas concretas é essencial. - Tem origem conhecida?
Não há origem precisa registada em português; conceitos semelhantes existem em muitos idiomas (ex.: inglês e espanhol) e remontam a sabedoria popular europeia.
Notas de uso
- Usado para justificar a manutenção do status quo quando a alternativa é incerta ou arriscada.
- Comum em contextos informais — família, trabalho, política e relações pessoais.
- Pode servir de argumento pragmático, mas também ser usado para legitimar complacência ou aceitar situações abusivas.
- Tonalidade: geralmente resignada ou cautelosa; não é um conselho moral absoluto.
Exemplos
- O carro já dá problemas, mas com outro modelo arriscamos gastar o dobro; ruim com ele, pior sem ele — por agora fico com este.
- Na reunião, o director disse que era preferível manter o fornecedor atual; argumentou que ruim com ele, pior sem ele.
- Apesar de não concordarmos com tudo no contrato, a alternativa seria ficar sem parceiros; muitos aceitaram com o pensamento 'ruim com ele, pior sem ele'.
Variações Sinónimos
- Mais vale o diabo que se conhece do que o que não se conhece.
- Mais vale o conhecido que o desconhecido.
- Antes o conhecido do que o incógnito.
Relacionados
- Mais vale o conhecido que o desconhecido
- Quem não arrisca não petisca
- Antes só do que mal acompanhado
Contrapontos
- Antes só do que mal acompanhado — defende que é preferível a solidão ou mudança a permanecer numa má situação.
- Quem não arrisca não petisca — lembra que evitar sempre o risco impede possíveis melhorias.
- Nem sempre o conhecido é melhor: permanecer no familiar pode bloquear progresso e perpetuar injustiças.
Equivalentes
- Inglês
Better the devil you know than the devil you don't. - Espanhol
Más vale malo conocido que bueno por conocer. - Francês
Mieux vaut le diable que l'on connaît que celui qu'on ne connaît pas. - Alemão
Besser den Teufel, den man kennt, als den Teufel, den man nicht kennt.